O
ano de 1985 foi diferenciado. Quando o mundo sofria com a Guerra Fria entre os
EUA e a então União Soviética, a comunidade musical resolveu se reunir para uma
causa nobre. A Etiópia, pais da África, estava sofrendo com a fome há quase
três anos. O lendário cantor Harry Belafonte iniciou a empreitada. Juntamente com
a organização USA FOR AFRICA para arrecadar fundos e sanar a situação
emergencial no país africano. Ele chamou o produtor Quincy Jones e reuniu artistas como Stevie Wonder, Bob Dylan, “The Boss” Bruce Springsteen, Cyndi
Lauper, Tina Turner, Diana Ross, Ray Charles, dentre outros. Além deles o King
of Pop Michael Jackson e
ex-Commodores Lionel Ritchie, que
compuseram a icônica canção “We Are The World”.A canção se tornou
um hit mundial.
Impulsionou o “Live Aid”, tanto na terra do tio Sam quanto na terra do agora rei Charles em 13 de julho de 1985. A data foi marcada como “Dia Mundial do Rock”, comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2011/07/dia-mundial-do-rock.html. Assim o canal das redes sociais está lançando o documentário “A Grande Noite do Pop (A Greatest Night In Pop, 2023)”, sobre os bastidores da gravação desta antológica canção. Ocorrida em janeiro daquele ano em uma noite fria de inverno no A&M Studios em Los Angeles. Sua ideia inicial era que os artistas reunidos iriam prepara-la até a gravação, no mesmo dia (28 de janeiro) que ocorreria o American Music Awards. Dirigido por Bao Nguyen. A presença do empresário de Belafonte, Ken Kragen, foi de grande ajuda para reunir os artistas.
Pontuado por entrevistas recentes com Lauper, Springsteen, Huey Lewis, Dionne Warwick, Kenny Loggins, engenheiros de som e equipe, somadas as imagens de época. Lionel serve como narrador da própria história, que comenta a influência de Quincy Jones durante as gravações. Que deixou um aviso na porta do estúdio para todos os envolvidos: “Deixem seus egos da porta para fora!”. Juntamente com sua ansiedade para que tudo dê certo. Ciente que os 46 artistas dentro do projeto, tinham suas próprias ideias e que poderiam colocar tudo a perder. Já que eram consagrados em seus respectivos nichos musicais. Mesmo assim, houve uma ótima integração e respeito mútuo. A pressão constante dá lugar a um espirito colaborativo pouco imaginado pela gama artística envolvida.
Todos entendiam seu papel na canção. Dúvidas são dissipadas, com a ciência deles em pró de um bem maior. No caso, ajudar os necessitados na Etiópia. A causa era muito maior, do que o status do artista. Vemos como surgiu a parte em que ouvimos a voz rasgante de Bruce ao lado do tom grave de Stevie Wonder. Estava prevista a participação de Prince, que não aconteceu. Isso sempre rendeu boas histórias a respeito. A dita rivalidade entre o baixinho e o King of Pop, confirmada por Ritchie. Ou não queria trabalhar com outros artistas. Sua percussionista Sheila E, que estava presente nas gravações, disse que Prince não sentia à vontade com tanta gente dentro do estúdio. Demonstrando certa insatisfação, já que percebeu que só foi chamada por causa dele. Um modo de fazê-lo participar da empreitada musical.

Apesar do clima descontraído, o longo período dentro do A&M Studios trouxe cansaço aos artistas. Mesmo assim, se mantiveram firmes e fortes até o fim. O documentário exibe como a arte pode mudar os rumos de um mundo em eterna construção. Lionel comenta: “O que fez ‘We Are The World’ tão fantástico foi que nós pegamos o mundo de surpresa. Saiu rápido. Era uma época em que dava para surpreender alguém. Agora as pessoas estão cansadas. Estão mais interessadas em fazer delas mesmas famosas do que acompanhar algum famoso”.
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