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Olivia Colman & "A FILHA PERDIDA"

Ao ler o titulo do novo filme de Olivia Colman, Oscar de Melhor Atriz por “A Favorita”, você imagina que ela está estrelando um filme policial recheado de suspense. Quando na verdade é um drama cheio de reflexão e nuances sobre a vida de uma professora de meia-idade passando férias em uma cidade paradisíaca no litoral da Grécia. E ao conhecer uma jovem mãe com sua filha pequena, revisa o próprio passado quando tinha a mesma idade. Essa é a premissa de “A Filha Perdida (The Lost Daughter, 2021)” produzido pelo canal das redes sociais Netflix e a estreia de Maggie Gyllenhaal como diretora.

Conhecida por seu trabalho em filmes como “Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008)” e “Coração Louco (2009)”, aqui ela também escreve o roteiro da película baseada no romance homônimo da italiana Elena Ferrante, lançando em 2006. Aqui Colman é Leda Caruso, especialista em literatura comparada, além de ser excelente tradutora. Ela abriu mão de seu papel como mãe e esposa, ao deixar as filhas Bianca e Martha de sete e cinco anos respectivamente e o marido Joe (Jack Farthing) para conseguir a almejada realização profissional. Nesta fase, Lena é interpretada por Jessie Buckley. Intercalando momentos de Leda aproveitando as feiras sozinha e quando vê de longe, Nina (feita por Dakota Johnson, a Anastacia da franquia “Cinquenta Tons”) recebendo o carinho da filha Elena de três anos.


Isso a faz refletir sob como conseguiu conquistar tanto profissionalmente e ao mesmo tempo, se afastar das filhas. Hoje adultas, mas ainda possuem um forte vínculo. Exemplificado com a cena quando corta a casca de uma laranja. Conforme o corte, a casca vai ganhando a forma de uma cobra. Uma brincadeira entre ela e as filhas quando eram crianças. Buckley exibe toda sobrecarga para cria-las e ainda dar conta da casa e do marido. Além de trabalhar arduamente para garantir o sustento da família ao lado de Joe.  O amor e o ódio transitam em linhas tênues. Até que surge o momento dela, de ver seu sonho se tornar realidade. 

Leda não pensa duas vezes em chamar uma amiga para cuidar da casa e das filhas. Participando de um congresso com profissionais da sua área e conhecendo o professor Hardy, interpretado por Peter Sarsgaard. Com quem se envolve e que a ajuda chegar onde deseja. Por determinado tempo, a completa emocionalmente. Já que com Joe, isso não era mais possível. Assim voltamos a Leda mais velha, incomodada com a presença da família de Nina. Vindos de Nova York e aparentemente de origem italiana. Mesmo assim, Leda e Nina se aproximam.


Num dia ensolarado, a pequena Elena é dada como desaparecida. O desespero bate em todos, menos Leda. Acostumada com a situação, ela (Buckley) se recorda de ter se separado de Bianca num passeio pela praia. Os dois momentos se confundem, até que Leda encontra Elena. Esta brincando no bosque ao lado da praia. Ao mesmo tempo, pega para si a boneca da criança. Onde a mesma enlouquece a mãe e a família, porque quer seu brinquedo de volta. Em meio a isso, ela se relaciona com o faz tudo do local Will (Paul Mescal) e o dono do chalé que alugou, Lyle, vivido  pelo veterano Ed Harris

Com eles chega a ter uma boa amizade, onde se abre um pouco sobre sua vida. Falando do distanciamento das filhas, mesmo assim estão conectadas. Ela e Lyle tentam engatar algo mais íntimo, mas por causa da falta de empatia de Leda isso é um agente complicador. Assim Gyllenhaal nos traz um retrato nu e cru das mulheres que são mães e possuem desejos que sobrepujam a situação que estão vivendo. Um certo egoísmo em abrir mão do seu papel de formadora para realizar algo totalmente que lhe cabe e acreditar ser seu por direito. A seu modo, ama incondicionalmente as filhas. Não abrindo mão de sua individualidade. Mesmo sozinha, sentindo aquele vazio por não ter com quem compartilhar o momento, ela apenas se satisfaz e sorri.


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