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O Musical "TICK, TICK ... BOOM!"

Quando adentramos no teatro para vermos um musical, pouco se imagina o trabalho interno para ele ser o espetáculo que vemos nos palcos. Desde a montagem dos cenários, equipe técnica, a escolha dos atores e atrizes que farão parte do elenco. Mas o que realmente é de quebrar as pernas, é sua concepção. Qual será sua temática? A composição das canções que serão tocadas e cantadas? Ou o que será descartado ou então reaproveitado?

Essas dúvidas e certezas são as questões que regem o musical do canal das redes sociais Netflix, “Tick, Tick ... Boom! (2021)” dirigido por Lin-Manuel Miranda dos musicais “Em um Bairro de Nova York (2021)” e “Hamilton (2020)”, agora ele traz a história de Jonathan Larson, criador do musical “Rent (1994)”, um dos grandes sucessos da Broadway nos anos 90. Larson é feito por Andrew Garfield, mais conhecido como o amigo da vizinhança em “O Espetacular Homem-Aranha (2012)” e “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça do Electro (2014)”.


Aqui eles trazem as angustias e a cobrança pessoal de Jonathan nos oitos anos que antecederam “Rent”. Na época, prestes a completar 30 anos e preocupado com o próprio futuro, trabalhando em uma lanchonete na cidade de Nova York. Para pagar o aluguel e sobreviver, ainda compor aquele que será seu legado. A pressão que coloca para si, é o impulso e a insegurança que lhe aflige, são fatores determinantes para que ele chegue no resultado desejado. Andrew está muito à vontade no papel, exibindo talento e carisma que lhe são característicos. Com um detalhe: um grande cantor e bom dançarino. Se entregando ao papel, como bem vimos no filme de guerra “Até O Último Homem (2016)” do Mad Mel Gilbson.


Ele exibe todo o entusiasmo e os questionamentos da geração de Larson. Afinal estamos nos anos 90, onde havia uma ascendência destes então jovens sonhadores em se tornarem alguém na metrópole nova-iorquina. Em especial no meio artístico. Somado ao medo constante da AIDS, o preconceito aos homossexuais e as dificuldades financeiras para Jonathan levar seu projeto de vida adiante. Miranda consegue transmitir isso muito bem, ao intercalar as canções compostas por Jonathan com seu dia a dia. Destaque para Alexandra Shipp (a jovem Tempestade de “X-Men Apocalipse, 2016”) como a namorada de Joanathan, Susan. Quando estão juntos, brilham em cena.

Robin de Jésus faz Michael, melhor amigo confidente e conselheiro. É o elo de conexão com o mundo de fora e não deixa Jonathan se desmerecer e nem se apequenar com opinião alheia. Pois ele também serviu como fonte de inspiração para compor “Rent”. Tudo girando em redor da persona inquietante de Jonathan, onde se pressiona para ter seu trabalho reconhecido em peça na Broadway. Se comparando com Stephen Sondheim, celebre compositor do musical “West Side Story (1957)”, já que este teve sua primeira peça exibida quando completou 27 anos. Aqui ele é interpretado por Bradley Whitford, veterano de series televisivas como “West Ring: Nos Bastidores do Poder (1999 a 2006). 


A eterna Gabriella do musical Disney High School Musical Vanesss Hudgens faz uma participação especial como Karessa Johnson. Aqui ela se destaca nos duetos com Garfield em “Therapy”, onde discute a relação entre Jonathan & Susan, e em “Come to Your Senses” ao lado de Shipp (esta se apresenta no imaginário de Jonathan). Relata a dor da saudade que Larson tem, já que terminou o namoro com Susan a contragosto. Esta é apresentada no workshop que traz seu primeiro trabalho, “Superbia”. Aqui temos uma celebração pela vida e obra de Jonathan Larson que nos deixou precocemente aos 35 anos de idade. Após sofrer um aneurisma no dia que estreava o musical que quebrou as estruturas do gênero na Broadway, “Rent”, em 25 de janeiro de 1996.


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