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Hey Paulo Coelho! "NÃO PARE NA PISTA!!!"

Atualmente no cinema brasileiro, vivemos uma onda de películas sobre figuras publicas e artistas que fizeram parte de nossa história. Mais recentemente tivemos “Getúlio (2014)” sobre os últimos anos do governo de Getúlio Vargas até sofrer o golpe de estado e consequentemente, seu suicídio. Bem como a história do seresteiro Luiz Gonzaga em “GonzagaDe Pai para Filho (2012)”. E agora temos a história do escritor brasileiro Paulo Coelho na telona. O autor vivo mais traduzido que Shakespeare (muito bem dito nos letreiros) aqui ele é vivido por Júlio Andrade. E uma pequena coincidência. Em “Gonzaga: De Pai para Filho”, ele é Gonzaguinha, filho do homem. Sob o titulo de “Não Pare na PistaA Melhor História de Paulo Coelho (2014)”, que inclusive dá nome a uma das suas parcerias com o eterno maluco beleza Raul Seixas. 

Com direção de Daniel Augusto e roteiro de Carolina Kotscho (de “2 Filhos de Francisco”), vemos a trajetória de Paulo quando adolescente com o desejo de tornar escritor e o pai, Pedro (Enrique Diaz), preocupado com o futuro do filho. Até chegar a uma festa em Santiago de Compostela (Espanha) para celebrar seus 25 anos de carreira com o livro “O Diario de um Mago (1987)” e o sucesso mundial de “O Alquimista (1988)”. Paulo quando jovem é interpretado por Ravel Andrade, irmão de Júlio. Logo na abertura, ele tenta o suicídio ao se trancar na cozinha e soltar o gás do fogão. Em um vislumbre, tem a visão que se tornará um artista. 

Dai temos saltos no tempo, de repente estamos em 2013, com Paulo fazendo uma cirurgia no coração e de volta a sua juventude, quando é internado em um manicômio pelo pai preocupado com os devaneios do filho. Depois estamos nos anos 70, com Paulo se tornando um autor de peças teatrais de renome e encontrando aquele que viraria seu mundo de cabeça para baixo, estamos falando de Raulzito (Lucci Ferreira). Encantado pelo fanzine feito por Paulo, sobre a vida extraterrestre e objetos voadores não identificados (OVNIS). 


Daí saiu a canção “Al Capone”. Raul gosta da letra, mas pede a Paulo seja mais direto no que está escrito. Iniciando uma das melhores parcerias que o rock brasileiro já viu e ouviu, com hits como “Sociedade Alternativa” e “Tente Outra Vez". Até sua ruptura, quando Paulo vê um programa na TV e Raul não lhe dá os créditos por “Gitã” De repente estamos nos anos 80, com Paulo indo para Santiago de Compostela para encontrar a inspiração necessária para escrever seu primeiro livro. Ao lado da esposa Cris (Fabiana Gugli), ele faz a peregrinação para se conhecer e conseguir a benção do Senhor para atingir todos os seus objetivos. A estrutura narrativa de “Não Pare na Pista” chama atenção por não seguir uma ordem cronológica dos eventos ocorridos na vida de Paulo. 

Isso talvez se deva aos fatos das lembranças do mesmo sobre seu passado e presente, descritos nas entrevistas feitas por Carolina ao encontra-lo em Santiago de Compostela. Em uma das melhores sequencias, temos a mãe (Fabíula Nascimento) tocando o piano, o jovem Paulo teclando em sua recente adquirida máquina de escrever e o pai trabalhando na obra da futura morada da família Coelho no bairro da Gávea. E quando é preso, na frente do torturador dá uma de louco dizendo que já sofreu choque elétrico e que gosta disso. Dizendo a ele, para corta-lo quando Paulo enfia as unhas na própria pele para sangra-la. 

Ou o pai ouvindo no rádio do carro, a canção “Meu Amigo Pedro” e percebendo toda a mágoa do Paulo. Eles se encontram na festa de natal da família e lá fazem as pazes. E Pedro mostrando todo o orgulho que sente pelo filho. “Não Pare na Pista” pode ser considere uma cinebiografia autorizada. Sendo que o próprio gostou do que viu. Mostrando a faceta de uma pessoa que acreditou em seu sonho de ser um escritor renomado. Fazendo de tudo para realiza-lo e jamais se deixando abater pelas dificuldades impostas. E contando com a participação da espanhola Paz Vega (“Lucia & O Sexo, 2001” e “Fale com Ela, 2002”), personificando as mulheres que passaram pela vida de Paulo Coelho.


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