A vida de um artista, tem seus altos e baixos. Em especial quando ele é um ator ou atriz de destaque em Hollywood. Onde as portas estão sempre abertas. Porém, quando se fecham é de forma definitiva. A partir disso, ele ou ela criam uma persona. Como bem diz a frase “É uma responsabilidade infernal ser você mesmo. É muito mais ser fácil ser outra pessoa, ou ninguém” de Sylvia Plath. Com ela abrindo o novo filme de Noah Baumbach, “Jay Kelly (2025)”. Repetindo a parceria de sucesso com o canal das redes sociais Netflix em seu quarto filme juntos. Anteriormente tivemos “Os Meyeroritz: Família Não Se Escolhe (2017)”, o elogiado “Histórias de um Casamento (2019)” e “Ruído Branco (2022)”. Dividindo o roteiro com Emily Mortimer. Nos trazem o conto sobre o astro de Hollywood que dá nome à película, que é interpretado pelo galã George Clooney.
Este vive um dilema pessoal. Ressente consigo, a relação distante com a filha mais velha Jessica (Riley Keough da minissérie Prime Video “Daisy Jones & The Six, 2023”). Ao mesmo tempo, se preocupa que isso ocorra com a mais nova Daisy (Grace Edwards). Já que ela vai para a universidade. Ao rever um velho colega dos tempos da escola de teatro Timothy Galligan (Billy Crudup da série “The Morning Show” desde 2019)”. Este o culpa por não ter sido bem sucedido na carreira. Lhe dizendo que roubou a oportunidade que Jay soube aproveitar. Faz que ele reflita sobre sua vida pessoal e profissional. Sobre os “poucos” acertos e os “muitos” erros cometidos. Em viagem à Europa, para atuar num novo filme.
Acompanhado pelo empresário e melhor amigo Ron Sukenick, vivido pelo maluco no golfe Adam Sandler, e sua assistente pessoal Liz (Laura Dern, a dra. Ellie Sadler da saga “Jurassic Park”). Quer rever as filhas que estão por lá, para acertarem os ponteiros. Assim temos o mote para “Jay Kelly”. Para muitos, poderia ser autobiográfico, já que os personagens de Noah refletem parte de sua personalidade. O próprio diz que Jay não é ele. Apenas uma parte, o mesmo vale para George que o interpreta com a competência e o carisma que já bem conhecemos. Exibindo toda a fragilidade de Jay ao lidar com a vida real. A máscara que usa na frente das câmeras é ilusória. Criando para si um escudo para ser uma pessoa com fãs e os meios de comunicação. Escondendo sua verdadeira faceta, um homem que preferiu a fama e a fortuna ao convívio familiar.
E só mais velho e a carreira estabelecida, sentindo a falta disso dentro de si. É uma jornada de autoconhecimento, onde o passado e o presente se confundem. As lembranças como um promissor ator, aqui feito por Charlie Rowe, ao lado de Galligan (Louis Patridge). Ao mesmo tempo, vai à uma homenagem no festival de cinema em Toscana, pelo conjunto da sua carreira. Ele se perde entre os holofotes e selfies com admiradores. Apesar de empatia com estranhos, não percebe que estão lá apenas para se promover em suas redes sociais. Algo que ocorre nos dias de hoje. O destaque fica para Sandler, como seu empresário que faz de tudo para salvar o que resta da sua carreira. Sacrificando a própria vida ao ajuda-lo. Completando o elenco temos Eve Hewson (sim, a filha de Bono do U2) como a atriz Daphne Spender, paixão de juventude de Jay; e Greta Gerwig (diretora de “Barbie, 2023”) é a esposa de Ron, Lois. Na vida real, ela e Noah são casados. Os dois também são parceiros cinematográficos.

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