A vida real e o imaginário as vezes se confundem. Mas os dois estão entrelaçados. Já que algumas lembranças a um certo misticismo, pois as pessoas não se lembram completamente delas. Assim temos a introdução para o drama “Valor Sentimental (Sentimental Value, 2025)”. Dirigido por Joachim Trier, que escreveu o roteiro ao lado de Eskil Vogt. Eles nos trazem o conto de Nora Nora Borg (Renate Reinsve) em sua estreia no teatro e tendo um ataque de pânico. Ao mesmo tempo, ela relembra seus traumas de infância. Ela e a irmã Agnes (Igna Ibsdotter Lilleaas) moravam na casa da família Borg em Oslo (Noruega). Ela relata sua construção e o convívio familiar até o momento em que seus pais Gustav (Stellan Skarsgard, o barão Harkonnen da saga “Duna”) e Sissell (Ida Marianne Vassbotn Klasson) se separaram.
Gustav se tornou um renomado diretor de cinema. Que deixou marcas na sua vida e de Agnes, já que se distanciaram. Praticamente criadas pela mãe, que era psicóloga. Descobrindo os segredos e as histórias sobre a casa. O falecimento dela traz o reencontro com o pai. Tentando se reaproximar de Nora, oferece o papel principal em seu novo filme. Porém, está afastado há quinze anos das câmeras. Os dois discutem, apesar do que Gustav diz. Escreveu o roteiro pensando na filha. Mesmo assim, ela se recusa a fazê-lo. Faz o mesmo com Agnes. Eles mantiveram relativo contato, Nora fazia a pesquisa de campo para o pai. A personagem do filme é baseada na mãe de Gustav, Karin.
Ela foi presa na Alemanha Nazista de Hitler. Gustav é convidado para uma retrospectiva de seus filmes num festival cinematográfico. Lá conhece a atriz norte-americana Rachel Kemp, feia por Elle Fanning (“Predador: Terras Selvagens, 2025”). Ela se emociona com um dos filmes e os dois conversam. Gustav se convence que ela pode interpretar o papel que a filha recusou. E também um meio para financia-lo com sua presença. No caso, a Netflix. Assim iniciam os ensaios e Rachel vai se conectando. Descobrindo mais sobre a personagem e personalidade Gustav. Este vai percebendo como perdeu o contato com Nora e Agnes. Assim Trier nos leva a essa dinâmica de uma família disfuncional. Já que o pai deixou o convívio com a esposa e as filhas para substitui-las por uma equipe de filmagem.
Vivenciar o auge como cineasta. Após anos separados e no fim de carreira, assume seu erro tentando recuperar o amor das filhas. O filho de Agnes, Erik, se tornar a justificativa para que isso aconteça. Já que ele lembra de quando Agnes atuou em um dos seus filmes. Foi quando os dois se sentiram contactado como pai e filha. Já Nora teve problemas psicológicos com a separação. Uma aparente tentativa de suicídio, mesmo assim se tornou uma atriz talentosa. A recusa dela se dá pelo ressentimento com o pai, incluindo por não ter lido o roteiro do filme.
A cumplicidade
em cena da dupla Stellan e Renate está perfeita. O primeiro cheio
de remorso e a segunda exibe todo seu ressentimento. Além do seu abalo
emocional. Ao final, os dois se entendem e se perdoam. Ao mesmo tempo, Trier
faz uma singela homenagem à sétima arte. Com Gustav refletindo sobre a própria carreira.
Já que o tempo em que ficou parado, sua dinâmica mudou bastante. Exemplificado com
a presença de seu velho parceiro de trabalho, o fotografo Peter (Lars Väringer)
e seu empresário e melhor amigo Michael (Jesper Christensen, o Mr. White
da saga James Bond).

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