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"SPRINGSTEEN: SALVE-ME DO DESCONHECIDO", Desnudando "The Boss" Bruce Springsteen

Nos últimos anos, a música e a sétima arte tem fortalecido sua conexão com filmes como “Um Completo Desconhecido (2024) sobre o início de carreira do poeta folk Bob Dylan e “Homem Com H (2025)” que discute a vida e a obra do ícone Ney Matogrosso. Agora chegou a vez do “The BossBruce Springsteen ganha sua história no cinema. Pelo menos parte dela em “Springsteen: Salve-Me do Desconhecido (Springsteen: Deliver Me From Nowhere, 2025)”. Dirigido por Scott Cooper, que realizou o filme Netflix “O Pálido Olho Azul (2023)”, adaptou o livro homônimo de Warren Zanes, para nos trazer os bastidores de como foi composto um dos mais álbuns mais emblemáticos de Bruce, o mítico “Nebraska”, lançado em 30 de setembro de 1982.


Para personifica-lo temos o Carmy de “The Bear (desde 2022)” Jeremy Allen White. Após o sucesso avassalador dos discos “Born to Run (1975)”, “Darkness on the Edge of Town (1978)” e “The River (1980)”, Springsteen sente a necessidade que precisa fazer algo diferente. Após shows contagiantes com ingressos esgotados, ele deseja estar num ambiente para ficar isolado de tudo e todos. Assim compor novas canções. Um vazio dentro de si que está prestes a sair, como uma erupção de um vulcão. Por isso, seu empresário e amigo pessoal Jon Landau, feito pelo Kendall Roy da impactante serie HBO “Sucession (2018 a 2023)” Jeremy Strong, aluga uma casa em Colts Neck na cidade natal de Bruce, New Jersey. Acompanhando por um gravador e seu inseparável violão e gaita, mais o engenheiro de som Mike Batlan (Paul Walter Hauser, o desmiolado Stingray da série Netflix “Cobra Kai, 2018 a 2025”).

Assim começa a jornada de Bruce para apaziguar seus demônios interiores. No caso, a relação distante com o pai Douglas, vivido por Stephen Graham da minissérie Netflix “Adolescência (2025)”. As lembranças são as melhores, pois nunca teve o suporte e apoio necessário. Na infância, Bruce é feito por Matthew Anthony Pellicano. Isso coube a mãe Adele (Gaby Hoffmann) que se tornou seu alicerce e referência de vida. Até então a única pessoa que expressa amor verdadeiro por ele. Enquanto isso, o representante da Sony Al Teller (David Krumholtz) cobrando de Landau, uma posição sobre o novo trabalho do “Boss”. Este lhe diz o que ele está planejando. Teller comenta que é arriscado, depois de tudo o que Bruce havia conquistado. Jon apenas retruca que está incondicionalmente ao lado de seu amigo.

De volta ao quarto, Bruce medita sobre o que está compondo. E percebe que precisa ser honesto consigo mesmo e que os fãs precisam estar cientes disso. Compartilhar essa dor e exibir que ele é como você e eu. Apesar de todo sucesso obtido, Bruce está solitário. Amigos próximos e a mãe acabam se distanciando, um sentimento depressivo vem à tona. E o amargor de relembrar que tinha um pai alcóolatra e abusivo, muito bem representado por Graham. Destaque fica mesmo para Jeremy que caiu de cabeça no papel. Aprendeu a tocar guitarra e teve aulas de canto. Contando com o auxílio do próprio biografado. Que cedeu sua guitarra Fender Telecaster para que ele se sinta mais à vontade. Apesar dos dois não terem qualquer tipo de semelhança, White é Bruce Springsteen. Os trejeitos, o tom de voz e o jeito meio acanhado de ser.

As sequencias dos shows ao vivo com a pulsante “Born to Run”, logo na abertura da película, e as gravações em estúdio com o hino “Born in the U.S.A.” comprovam isso. Ao contrário dos citados anteriormente, não é uma cinebiografia linear. Cooper acerta em contar um período da vida do “Boss”, em que ele estava emocionalmente fragilizado. Em que ele precisar recorrer a dor interno para se refazer e ao mesmo tempo, se reinventar. De certo modo, uma luta contra a depressão pelo momento vivido. Sendo o impulso necessário para nos trazer o que se tornaria, para muitos, seu melhor álbum da carreira.

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