Quando estreou em 2022, a série “Ruptura (Severance)”, foi além do que vemos nos bastidores de uma grande empresa do mundo corporativo. Onde seus funcionários realizavam um procedimento cirúrgico. Colocando um chip em seu cérebro, que separa sua personalidade fora e dentro da empresa. No caso, a Lumon. Ao chegarem, adentram ao prédio, pegam seus crachás e trocam os sapatos em seus armários. Acessam o elevador e se dirigem ao subsolo. É sentida uma vertigem, de lá saem outras pessoas. No caso Mark (Adam Scott), Helly R (Britt Lower), Dylan (Zach Cherry) e Irving (John Turturro). O trabalho deles, é evitar que os dados da Lumon sejam roubados e vazados na Dark Web.
O convívio é amistoso até que Mark, fora da empresa, recebe a visita de seu ex-colega e melhor amigo na Lumon, Pete (Yul Vasquez). Só um pequeno detalhe: Mark não o reconhece, já fora de lá, não sabe quem são colegas de trabalho. Mesmo assim, é alertado para tomar cuidado. Para saber mais no link: https://cyroay72.blogspot.com/2022/08/a-serie-ruptura-severance.html. Passados dois anos, o criador da série Dan Erikson e o produtor Ben Stiller (sim, o próprio, das franquias “Entrando Numa Fria” e “Uma Noite no Museu”), dão continuidade a investigação de Mark sobre o que ocorre dentro da Lumon. E descobrindo mais do que imaginava. Tanto para si quanto para seus colegas. Mark (Scott) entendendo que seu eu dentro da Lumon, é conhecido como Interno.
E o próprio, é o Externo. Discutindo o assunto com Dylan (Cherry), Irving (Turturro) e Helly (Lower). Esta última é na verdade a implacável CEO Helen da Lumon e herdeira direta do seu criador, Kier Eagan (Marc Geller). Ela é puro contraste. Enquanto Helly é contestadora e quer saber a verdade dos fatos. Já Helen ciente do que está acontecendo, quer acoberta-los. Mas sente o conflito interno se está fazendo o certo ou não. No encalço de Mark, Milchick (Tramell Tillman) que substitui Harmony Cobel (Patricia Arquette). Ela resolveu sair, questionando a própria lealdade para a empresa que trabalhou por tanto tempo.
Investigando mais a fundo, descobrindo a verdade dos fatos sobre ela. E ainda possuem um passado em comum. Já Mark com o auxílio de Helly quer saber mais sobre o modo operantes da Lumon. Indo a um departamento onde são criadas ovelhas dentro do próprio complexo. Recriando uma pastagem, lá vemos Lorne com Gwendoline Christie (a eterna Brienne de “Game of Thrones”) no papel. Ela cuida delas e do departamento. Mark, como bem vimos ao final da primeira temporada, descobre que sua esposa Gemma (Dichen Lachman) não morreu. E se tornou uma cobaia do programa da Lumon, assumindo várias personalidades como a senhorita Casey. Que ajudaram a empresa se expandir mundo afora. Ao mesmo tempo, Dylan e Irving também se questionam.
Já que gostariam saber mais sobre seus Externos. O primeiro conhece a esposa do seu Externo e ambos se apaixonam. Ela sente autoestima de outrora do marido. Enquanto o Externo de Irving vai atrás de Burt, feito pelo veterano Christopher Walken. Porque seu interno se apaixonou pelo Interno de Burt e os dois no mundo de fora, se sentiram atraídos. E queriam entender como o sentimento aflora, saidos do ambiente fechado da Lumon. Daí o mote inicial da segunda temporada de “Ruptura”. Que se aprofunda nas motivações da Lumon e sua falta de moralidade ao que submetem seus funcionários.
Sem se preocupar com a saúde mental dos mesmos. Onde eles sofrem as consequências como quem são e se possuem o mesmo direito de coexistir. Sendo dentro de um ambiente fechado ou fora explorando o globo terrestre. Trazendo à tona como Mark entrou para a Lumon através da dor pela perda de Gemma. E o conflito vivido com seu Interno, já ele se apaixonou por Helly R e quer ajudar seu Externo. Porem quer viver o mesmo amor que ele teve e tem pela esposa. Podemos dizer que o amor dá o tom desta temporada. Mas não de um jeito piegas, levando a sério o que é certo e o que é errado.
Um sentimento vivido por uma pessoa que se dividiu em duas. Exibindo a complexidade humana, mesmo habitando o mesmo corpo, os dilemas se multiplicam e intensificam nosso modo de vida. Será que a vida poderia ser mais simples ou as dificuldades são a graça de viver. A interpretação de Scott é excepcional. O último episódio “Cold Harbor” exemplifica isso e deixa a questão aberta para uma vindoura terceira temporada. Onde Mark precisa se resolver emocionalmente. E os arcos de Irving e Harmony complementam a intrincada trama de “Ruptura”, deixando bem claro que os experimentos da Lumon não são benéficos como aparentam. Turturro e Arquette estão ótimos em seus papeis.
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