Ao contrario do que a data propõe, o primeiro de abril de 2025, não foi o dia da mentira. Mas marcou o falecimento precoce de um dos maiores atores da sua geração aos 65 anos de idade. Estamos falando do galã dos anos 80 Val Kilmer. Em 2016 se submeteu a um tratamento contra o câncer na garganta. Apesar de curado, ele perdeu a fala por causa da doença. Sua última aparição no cinema foi em “Top Gun: Maverick (2022)”, revivendo o papel que impulsionou sua carreira, o piloto Iceman de “Top Gun: Ases Indomáveis (1985)”.
Kilmer é principal rival do incansável Tom Cruise no filme, com quem manteve amizade ate o final de seus dias. Entre outros trabalhos de destaque temos a fantasia “Willow: Na Terra da Magia (1988)” como o improvável herói Madmartigan; interpretando o Cavaleiro das Trevas em “Batman Eternamente (1995)” e o engenhoso assaltante de “O Santo (1997)”. Entre eles tivemos “The Doors” de 1991, escrito e dirigido por Oliver Stone. Este conhecido pelos filmes que definiram a Guerra do Vietnã na sétima arte, o pessoal “Platoon (1986)” e o biográfico “Nascido em Quatro de Julho (1989)”. Assim resolveu fazer um filme sobre seu maior ídolo na música, o poeta Jim Morrison.
Para o papel, ainda não havia definido seu interprete, já que estava finalizado o impactante drama politico “JFK: A Pergunta Que Não Quer Calar (1991)”. Ciente disso, Val se preparou para o papel, caindo de cabeça no personagem. E ainda ligando diariamente para Stone, afirmando que era pessoa certa para viver Morrison. Convencido, Oliver fez um teste de cena a pedido do ator e se encantou com que viu. Dizendo até hoje que Kilmer era o único capaz de personificar Jim Morrison. O filme contou com o baterista John Densmore e o guitarrista Robby Krieger como consultores.
O tecladista Ray Manzarek se recusou a participar após ler o roteiro devido como ele e seus colegas de banda foram retratados. Além deles, o produtor Paul A. Rothchild, também contribuiu ao relatar como era sua convivência com Jim. Já que os acompanhou nos estúdios. Isso foi essencial para a atuação de Val, que aprendeu trejeitos e maneirismos. Aqui feitos por Kevin Dillon como Densmore, Frank Whaley é Krieger, o eterno agente Dale Cooper Kyle McLachlan faz Manzarek e Michael Wincott é Rothchild. Desde a infância até a vida adulta quando se formou em cinema pela UCLA. Onde conheceu Ray e mais tarde num recital de poemas, voltam a reencontrar. Dai a fagulha para o começo da banda.
A frente de John e Robbie para juntos desenvolverem o riff composto pelo jovem guitarrista, que originou o seu maior sucesso, “Light My Fire”. O tom de “The Doors”, foca praticamente na persona de Jim. Um retrato de Morrison como grande amante das artes. Cinema, literatura, história e o cotidiano da época o inspiraram a compor a enigmática “The End”, a pulsante “L.A. Woman” e o blues rock “Roadhouse Blues”, por exemplo. Val realmente incorporou o espirito de Jim. Que aprendeu a cantar o repertorio do grupo e impulsionou seus colegas a tocarem seus respectivos instrumentos. Isso complementou sua atuação.
Sua performance impressionou a todos. Chegando a confundir Densmore e Krieger, acreditando que estavam em sua presença. Deixando bem claro para todos que ele era “O Rei Lagarto”. Como o próprio Jim se declarava nos palcos. Para você ter uma ideia, a apresentação que ele é preso no show é retratada com êxito. Jim incomodado pela atitude policial com as pessoas durante a apresentação. Desacata a autoridade dela e por isso a ação ocorre. Jim é considerado um poeta viciado em drogas e álcool. Mas ele vai há muito além disso. Era uma pessoa a frente do seu tempo.
Uma garrafa de vinho ou maconha eram apenas combustíveis de sua criatividade. Mas que exacerbaram seus demônios interiores. A vida rígida com os pais, já que o patriarca era um militar. E por não saber lidar com pessoas que o amavam de verdade. Exemplificado com a namorada de longa data Pamela, feita por Meg Ryan (“Cidade dos Anjos, 1997”), e a conturbada relação com a jornalista Patricia Kennealy, com Kathleen Quinlan (“Apollo 13, 1995”) no papel.
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