O jovem cineasta Ryan Coogler, surgiu com o drama verídico “Fruitvale Station (2013)” e ganhando notoriedade com “Creed: Nascido para Lutar (2015)”, homenagem ao pai Ira. Ele é um grande fã da franquia Rocky Balboa, eles sempre os assistiam juntos na sua juventude. Assim ele é chamado para conduzir a saga do rei de Wakanda Pantera Negra no Universo Cinematográfico Marvel em 2018. Os três acumulam uma parceria com o ator Michael B. Jordan e o musico Ludwig Göransson nos três filmes. Que é retomada com o terror “Pecadores (Sinners, 2025)”. Jordan faz os gêmeos Smoke & Stack,
Que retornam à sua cidade natal no Delta do Mississipi, após lutarem na Primeira Guerra Mundial e passarem um tempo em Chicago. No auge dos gangsters nos EUA. Eles decidem montar um clube de blues para o povo negro local. Contando com o auxílio do jovem primo Sammie Moore (Miles Caton), que deseja ser um cantor de blues. Deixando para trás os campos de algodão e o pai pastor da igreja da cidade Jedidiah Moore (Saul Williams). Por isso, ele ganha o nome artístico “Pequeno Pastor”, já que toca com o violão dado pelos primos.
Enquanto isso, eles buscam por velhos conhecidos para abrir o estabelecimento. Como Cornbread (Omar Benson Miller) para ser o leão de chácara; o casal Grace e Bo Chow (Li Jun Li e Yao respectivamente), para cuidarem da gastronomia e a ex-mulher de Smoke, Annie (Wunmi Mosaku, a Hunter B-15 da série “Loki, 2021 a 2023”) para controlar a bebida especialmente traduzida por eles. No caso, cerveja irlandesa e vinho italiano. E para ocasião, Stack traz o bluesman Delta Slim, com o veterano Delroy Lindo no papel, e no meio do caminho temos Pearline (Jayme Lawson). Uma cantora de talento que chama atenção de Sammie. Eis que surge, uma velha conhecida dos gêmeos, Mary (Hailee Steinfeld, a Kate Bishop do UCM). Ela foi amante de Stack e ressente por ele ter partido. Apesar disso, estão animados com o empreendimento.
Tudo corre bem até que surge Remmick (Jack O’Connell de “Back to Black, 2024”) com seu grupo que deseja tocar no clube. Smoke é avisado por Annie a não os deixar entrar. Por isso, ficam do lado de fora. O que parece ser uma ótima noite de abertura, se torna o pior pesadelo dos irmãos. Mary saiu por um momento e ao voltar, pede para que Stack a acompanhe. Em meio à agitação do clube, Smoke vai atras do irmão que está com Mary. Mas se assusta com o que vê, seu corpo ensanguentado e mordido no pescoço. Ele tenta matar Mary, mas sem sucesso. Ela se tornou uma morta-viva. É alertado por Annie, sobre a lenda dos vampiros no meio de nós. Que surge de tempos em tempos.
Daí a trama de “Pecadores”. Coogler traz a origem de suas raízes. Envolta com as lendas vindas do Mississipi como o Hoodoo. Magia e misticismo se misturam. Além da história do blues e da musica negra na terra do tio Sam. Ratificada com a primorosa sequencia onde Sammie se apresenta com a canção autoral “This Little Light of Mine”. Ele é a essência do blues. Aí aparece Jim Hendrix, o funk, soul, o hip hop e o rap, como a herança musical de seus ancestrais. Somado ao melhor que o gênero terror B pode proporcionar. Ryan confirmou que o cult “Um Drink no Inferno (1996)” de Robert Rodriguez foi uma das referências.
O trio formado por Ryan, Michael e Ludwig, este também como um dos produtores da película, nos brindam o melhor trabalho do trio até o momento. Coogler com filme de autor. Jordan está excepcional num papel duplo e exibindo as diferenças dos gêmeos. Smoke é protetor e inteligente, já Stack vive o momento como se fosse o último. Göransson se aprofunda nas raízes do blues. Nos levando a uma viagem musical como se estivéssemos nos pântanos do Mississipi. E contando com a participação mais que especial do bluesman Buddy Guy como a versão mais velha de Sammie.
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