O cineasta sul-coreano Bong Joon Ho surgiu para o mundo com o elogiadíssimo drama “Parasita” em 2019. Mas já possuía um público seleto com o drama “O Hospedeiro (2006) e a scifi apocalíptica “Expresso do Amanhã (2013). Se tornando mundialmente conhecido em 2019 com a Palma de Ouro de Cannes no mesmo ano com “Parasita”, que se tornou o primeiro filme de língua não-inglesa a ganhar o Oscar como Melhor Filme. A expectativa era grande para seu próximo trabalho. Ela foi sanada neste final de semana com a estreia da scifi “Mickey 17 (2025)”. Passados seis anos Bong retorna com o conto sobre o endividado Mickey Barnes, interpretado pelo novo Batman Robert Pattinson.
Que decide viajar para o espaço e fugir de seus credores na Terra. Tendo ao seu lado, o amigo trapaceiro Timo, com Steve Yeun (o intrépido Glenn do seriado “The Walking Dead”) no papel. Juntos se inscrevem no programa de colonização liderado pelo politico e filantropo Kenneth Marshall, feito pelo Hulk do Universo Cinematográfico Marvel Mark Ruffalo. Eles se separam, Timo se tornou piloto, já que falsificou seus documentos. Enquanto Mickey resolve assinar um contrato que pode mudar sua vida, ao se tornar um “descartável”. Marshall adquire os direitos de uma maquina capaz de “copiar” uma pessoa. Isso mesmo que você acaba de ler, sem deixar de lado seu bom humor característico.
Bong nos traz uma impressora humana. Que inclui os bem conhecidos soluços, quando ela faz a impressão de um documento longo. Por ser uma espécie de clonagem humana, é proibida na Terra. O que isso quer dizer? Mickey autoriza que pode ser ressuscitado toda vez que morrer. Seus dados e pensamentos são salvos numa espécie de pendrive que lembra os antigos gravadores. Tudo acertado, todos embarcam para Nilfheim, um gélido planeta. Assim segue o cotidiano de Mickey, enviado para as missões mais perigosas para descobrir o habitat do planeta. Como respirar seu ar e descobrir os vírus que podem nos afetar. Assim surgem as copias de Mickey até chegar a que dá titulo à película. Em meio a isso, conhece a agente de segurança Nasha Aydjaya (Naomi Acke, a Whitney Houston do cinema em 2022), que engatam um namoro.
Ate que sua história sofre uma virada de 360°. Os únicos habitantes são seres nomeados por Rastejadores. Que lembram lesmas gigantes, ao cair em um desfiladeiro, Mickey acha que vai comido por eles. O que acontece é exatamente o contrário, sendo salvo por eles. e levado para um local próximo à estação de Marshall no planeta. Ao chegar, Mickey descobre que foi reimpresso e eis que surge Mickey 18. Assim temos o mote inicial de “Mickey 17”, uma scifi ao estilo do gênero, mas que ganha um humor sarcástico com o que é vivenciado por Mickey. Joon Ho adaptou o livro “Mickey 7 (2022)” de Edward Ashton. Pattinson abre seu leque dramático num papel mais comediado. Somado a um tom de voz fragilizado, bastante diferente do que vimos e ouvimos em “Batman (2022)”.
Uma pessoa recatada que enxerga a oportunidade para ser feliz em Nilfheim ao lado de Nasha. E após a chegada de Mickey 18, este é seu oposto. Cheio de raiva e buscando justiça pelos maus tratos recebidos por ser “descartável”. Um reflexo sobre a humanidade como trata seu próximo atualmente. Se uma pessoa nos desagrada, ela é rejeitada imediatamente. A politica também é citada com a atuação de Ruffalo, um político eloquente e carismático cheio de falhas. Se você de um certo presidente da terra do tio Sam é mera coincidência? Ele está simplesmente incontrolável no papel. A versátil Toni Collette (“Entre Facas & Segredos, 2019”) faz sua esposa Gwendolyn, perfeita como a mulher manipuladora e interesseira. Sua obcessão por molhos chega a irritar. Somada à intolerância aos Rastejadores, os habitantes de Nilfheim e a nossa presença como invasores que desejam tomar o planeta para si.
Comentários
Postar um comentário