A relação entre os nossos jovens com as redes sociais cada vez ganham mais espaço. O debate é quase diário. Onde está o limite para que eles possam acessa-las, sem que interfiram diretamente nas suas vidas? Bem como sua liberdade de escolha e de expressão. A velocidade como a informação chega tanto para você quanto para este que vos escreve é impressionante. Mais rápido que a velocidade da luz. Aí está o porém, o seu formato. Desde o primeiro click, ela foi perdendo sua essência original. Por isso, a juventude atual, passa mais tempo nas redes sociais e se afastando de seus familiares.
Assim chegamos a minissérie “Adolescência (Adolescence, 2025)”, criada por Jack Thorne e Stephen Graham. Onde o ultimo é Eddie Miller, que possui uma empresa de limpeza, que é surpreendido com a esposa Manda (Christine Tremarco) e a filha Lisa (Amelie Please) com a prisão do filho de 13 anos, Jamie (Owen Cooper). Já que sua casa foi invadida pela polícia da sua cidade no interior da Inglaterra. Ele é acusado pelo assassinato de Katie Leonard. Eles estudam na mesma escola, mas não são próximos. No interrogatório, Jamie ao lado do pai e o advogado, o detetive Luke Bascombe (Ashley Walters) e a policial Misha Frank (Faye Marsay), questionam o que fez na noite do crime.
Responde que encontrou com os amigos Tommy e Ryan, e depois ficou andando pelo centro da cidade. Não se recordando quando chegou em casa. Eddie é perguntado, diz que chega em casa depois das oito horas da noite. Viu o quarto do filho com a porta fechando, acreditando que ele já estava em casa. Com imagens gravadas por câmeras de segurança por toda cidade, vemos Jamie seguindo Kate até o fatídico ocorrido. Elas comprovam que os dois se falaram e que o jovem a atacou com facadas que causaram sua morte. Por isso, ele é preso. Fazendo com que o pai tenta apoia-lo e provar sua inocência.
Dai o mote inicial de “Adolescência”. Ela abre uma discussão que ocorre neste momento. Como os pais de nossos jovens devem acompanhar, sem que interfiram nos seus direitos de ir e vir. Thorne, conhecido pela serie HBO “His Dark Materials (2019 a 2022)” e a franquia Netflix “Enola Holmes”, aqui retoma a parceria ao lado de Graham (ele fez o Scum na franquia “Piratas do Caribe”). Trazendo à tona, algo que ocorre no dia a dia das pessoas. Quando o bullying, a masculinidade toxica, o preconceito racial e de gênero ocorriam na nossa frente. Agora eles estão presentes digitalmente.
O melhor exemplo é o instagram. Onde postamos fotos do nosso cotidiano. Seja um momento de lazer, seja no horário de trabalho. Deixando bem claro, que nas redes sociais há um dialeto próprio. Onde os pais não entendem seu conteúdo. Isso é exemplificado pelo filho de Bascombe, ao explicar o que significa os emojis nos comentários de Kate nas fotos de Jamie no instagram. Evidenciando uma agressividade da parte dela. O que nos leva aos Incel. Onde ovens que se tornam celibatários involuntários. Uma subcultura virtual, em que dizem incapazes de encontrar seu parceiro. Seja a sério ou casual.
Sendo formado por sua maioria por homens heterossexuais. Isso é bem exemplificado no terceiro e tenso episódio, na sessão entre Jamie com a psicóloga Briony Ariston (Erin Doherty). Aqui o destaque fica para a atuação de Owen em sua estreia. Ele transmite toda revolta, dor, duvidas e raiva por estar preso. Percebe-se que tenta manipula-la. E vemos como os pais se culpam pela situação do filho. Apesar de suas personalidades fortes, Manda e Eddie tentaram seu melhor para cria-lo. A minissérie foi filmada em plano sequência. Acompanhamos o conto praticamente sem cortes. Graças ao trabalho do diretor Philip Barantini que soube conduzir a equipe e o elenco, que envolve o espectador. Para ter uma perspectiva de todos os lados da história.
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