O conto “Drácula” de Bram Stoker sempre atraiu a atenção do público. Um ser imortal que precisa de sangue para sobreviver, ao mesmo tempo, um encanto para atrair pessoas. Misturando misticismo e romance, o conde da Transilvânia ganhou sua primeira versão para o cinema em 1922 por FW Murnau, a película se tornou um marco do expressionismo alemão. Sendo considerado um clássico do terror e sendo referencia para cineastas como Robert Eggers. Conhecido por filmes como “A Bruxa (2015)” e “O Farol (2019)”, ele nos brindou com sua visão sobre o cinema de horror e suspense. Renovando o gênero, onde mescla o que foi feito antigamente com a tecnologia de hoje.
Os citados anteriormente parecem ser “filmes antigos”, Eggers traz o analógico de uma forma moderna sem perder sua essência. É assim que chegamos à sua versão para o clássico “Nosferatu (2024)”. Adaptando o roteiro escrito por Henrik Galeen e a história de Stoker, agora com Bill Skarsgärd (o Pennywise da franquia “It”) como o conde Orlok. Que está de saída do seu lar na Transilvânia para ir morar na idílica cidade de Wisborg (Alemanha). Ele tem como contato com o agente imobiliário Knock (Simon McBurney) que envia o ambicioso Thomas Hutter (o jovem mutante Fera Nicholas Hoult).
Este tem como missão levar os documentos que o conde precisa assinar os documentos de posse da propriedade, uma antiga mansão abandonada. Com a promessa de Knock, que será promovido dentro da empresa. Thomas se casou com Ellen (Lilly-Rose Depp, a filha do pirata Johnny Depp). Ela tem um passado obscuro, já que na sua juventude invocou o espirito de Orlok. Que clama por este vinculo, onde ela deve deixar o mundo dos vivos para ratificar a união deles. Contrária a viagem de Thomas, ela fica sob a proteção do casal Friedrich e Anna Harding, vividos por Aaron-Taylor Johnson (“Kraven: O Caçador, 2024”) e Emma Corin (a jovem Princesa Diana na série “The Crown”) respectivamente.
Durante o percurso, Thomas sente que há de errado. Mesmo assim sente em frente, para cumprir sua tarefa. Ao chegar na morada de Orlok, sente na pele sua influencia maligna. O contrato assinado não é da propriedade. E sim um documento que abre mão de seu casamento e cedendo Ellen para Orlok. É aprisionado no castelo, enquanto o conde se dirige à Wisborg. Ellen sente sua presença, em seus sonhos descobre que o perigo está se aproximando. O casal Harding acreditando que sua amiga está enlouquecendo, chamam o medico Wilhelm Sievers (Ralph Inelson) para ajuda-los. Ele vê a situação de Ellen vai além das suas capacidades. Por isso chama seu mentor, o professor Albin Eberhart Von Franz, com o veterano Willem Dafoe no papel.
Além da medicina se especializou em ocultismo. Ele percebe que uma má presença com eles, incorporada em Ellen. Assim temos o mote para “Nosferatu”, que vai além de ser uma refilmagem. Eggers mostra seu estilo único para representar o terror e o horror para enfrentar tal criatura. Fazendo uso das sombras e o clima soturno das localidades. O Conde vai surgindo em meio a isso, acentuando o clima de suspense e medo. Onde só vemos sua persona no tenso ato final. Skarsgärd está perfeito como o príncipe das trevas. Sua entoação vocal assusta até o espectador mais desatentado. Causando um frio na espinha ao falar. O destaque fica para Lilly, ela é a força motriz do filme. Os momentos em que Orlok domina seu corpo, são de arrepiar. E vendo sua culpa, já que foi Ellen que evocou este espirito do mal e entendendo que ela precisa se sacrificar para evitar o pior para a cidade e seu amado Thomas.
Comentários
Postar um comentário