A religião e a sétima arte sempre rendeu bons filmes. Exemplos recentes temos o filme Netflix “Dois Papas (2019)” de Fernando Meireles, que traz o encontro entre o Papa Bento XVI e seu substituto Jorge Mario Bergolio, que se tornaria o Papa Francisco. Comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2019/12/dois-papas-netflix-com-anthony-hopkins.html. Sem esquecer os escândalos de pedofilia, daqueles que deviam proteger as crianças de situações constrangedoras. Como bem vimos no verídico “Spotlight: Segredos Revelados (2015)”, para saber mais no link: https://cyroay72.blogspot.com/2021/01/a-historia-veridica-spotlight-segredos.html
Agora em “Conclave (2024)” temos uma visão do que ocorre nos corredores da cidade do Vaticano. Dirigido por Edward Berger, que nos trouxe o elogiadíssimo filme de guerra “Nada de Novo no Front (2022)”. Com roteiro escrito por Peter Straughan, que adaptou o romance homônimo de Robert Harris. Este contou com o auxílio do finado cardeal britânico Cormac Murphy. Aqui temos o conto sobre a morte súbita do Papa, devido a um ataque cardíaco. Faz com que o cardeal Thomas Lawrence, vivido pelo Voldemort Ralph Fiennes, organize a atividade dá título à película. Reunindo os cardeais das principais cidades do globo terrestre, para escolherem o novo Papa.
Entre eles, seu colega e amigo pessoal Aldo Bellini (Stanley Tucci), um cardeal norte-americano liberal; o italiano Golfreddo Tedesco (Sergio Castellito), um cardeal tradicional religioso; o cardeal moderado do Canadá, Joseph Tremblay (John Lithgow); o nigeriano Joshua Adeyemi (Lucian Msamati), que possui fortes laços com a sociedade conservadora e o mexicano Vincent Benitez (Carlos Diehz) que administra a filial da Igreja no Afeganistão. Todos candidatos possuem chances para suceder o papa recém-falecido. Mas com o passar do Conclave, seus segredos são descobertos e Thomas se vê encurralado. Aldo sugere que seu nome surja entre os possíveis sucessores.
Algo que ele rejeita, já que não se considera qualificado para o cargo. Iniciando uma investigação sobre cada candidato. Em especial Temblay, uma das últimas pessoas a falar com o Papa. E que está influenciando os outros cardeais a votarem nele, em troca de favores. E pior, pode estar envolvido em uma atividade ilícita dentro do Vaticano. Daí rola a trama de “Conclave”. No decorrer de seus 120 minutos vai se transformando de um jogo de aparências, para quem vai conseguir “virá-lo” a seu favor. Quem brilha é Ralph.
Exibindo como um homem devoto à Deus, que possui dúvidas sobre si. Ele não deseja o cargo, apenas quer encontrar a pessoa apta para ocupa-lo. Enxergando nas alternativas que se destacam, suas falhas. Em especial Tedesco que só deseja ser o papa para exercer sua politica de extrema direita. A decepção com Joshua, que parecia ser a escolha certa. Só que a intervenção da freira Agnes (Isabella Rossellini) que assessora Thomas como uma espécie de governadora. Cuidando da hospedagem dos cardeais e da parte administrativa. Trazendo à tona, um segredo de Joshua que o desqualifica.
Berger soube aproveitar o tema, para trazer a tona, velhos dogmas que marcam a Igreja. A busca incessante por poder e padres que não cumprem com seus deveres como o celibato. Thomas não se orgulhar de suas descobertas e percebendo a história se repete desde o primórdio dos tempos. Quando a esperança parece estar perdida, ela aparece de forma inesperada. E Fiennes, mostra com um olhar que vê “uma luz no fim do túnel” de quem menos imaginava. Já que as pessoas que ele confiava incondicionalmente, o traíram. Um final e um começo, que pode surpreender o espectador mais desatento.
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