Em tempos que se discute o uso da Inteligência Artificial, entra em cartaz nos melhores cinemas da sua cidade, o drama familiar “Aqui (Here, 2024)”. Dirigido por Robert Zemeckis, que adaptou a graphic novel homônima de Richard McGuire, ao lado do roteirista Eric Roth. Zemeckis é conhecido mundialmente pela trilogia “De Volta Para O Futuro” e teve seu reconhecimento como cineasta com o elogiadíssimo “Forrest Gump: O Contador de Histórias” em 1994. Levando para casa os Oscar por Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator para Tom Hanks e Melhor Roteiro Adaptado (Roth). “Aqui” marca o reencontro deles ao lado de Robin Wright que fez o par romântico de Hanks, Jenny, em “Forrest Gump”. Quarteto reunido passados 30 anos.
Tom e Robin vivem o casal Richard e Margareth Young respectivamente. Vemos seu cotidiano a partir do posicionamento da câmera voltada para a sala da casa dos pais de Richard, onde foram morar. A janela da casa, tem como vista a morada de William Franklin, filho de Benjamin Franklin. Um dos criadores da Declaração de Independência dos EUA. Mas este é parte do cenário, acompanhamos o cotidiano dos Young, desde a compra da casa por Al (Paul Bettany, o Visão do Universo Cinematográfico Marvel) e Rose Young (Kelly Reilly, a Beth Dutton da série “Yellowstone, 2018 a 2024”). Ao mesmo tempo, somos levados a uma viagem no tempo. Desde os primórdios, com a extinção dos dinossauros, a era glacial e o surgimento dos primeiros homens. No caso, um casal indígena. Passando por contos como o inventor Leo (David Fynn) e sua esposa Stella (Ophelia Lovibond), o primeiro criou a cadeira reclinável.
E a família Harter, com a paixão do patriarca John (Gwilym Lee) por aviação e sua esposa Pauline (Michelle Dockery) preocupada com sua segurança. De volta à família Young, Al e Rose em seu cotidiano na casa. O primeiro procura manter o bem-estar da família e a segunda com a criação dos filhos Richard, Elizabeth e Jimmy. Al é um veterano na Segunda Guerra, que se tornou alcoólatra. Entre alegrias e tristezas, a família segue com sua vida. Richard (Hanks) já adulto, conhece Margareth (Wright). Como todo jovem, eles se relacionam e acabam tenho uma filha, Vanessa, juntos. Se casam às pressas, passam a morar no mesmo teto que Al e Rose. Daí o mote para “Aqui”, acompanhamos o dia a dia de Richard e Margareth. Desde o momento de felicidade do casal até quando o relacionamento entre os dois começa a esfriar. Margareth vendo Richard abrir mão de seu maior sonho, ser um pintor de sucesso. Deixando seu talento de lado, para ser um bom marido e pai de família. Bem como, ela que não realizou o que sonhou para si e ver seu conceito de uma “união feliz e estável” cair por terra.
Zemeckis aproveita o tema para exibir seu amadurecimento como cineasta. Onde o envelhecimento de Tom e Robin foi feito com uso da IA em tempo real nas filmagens. Ao contrário de “De Volta Para O Futuro”, ele deixa bem claro que o tempo não pode ser desperdiçado. Você não tem como voltar ao passado e consertar erros. Quando na verdade, temos que ficar atentos que eles podem ser corrigidos com o tempo. Hanks e Wright repetem a boa sintonia em cena de “Forrest Gump”. Juntos exibem uma cumplicidade, onde o amor está lá. Mas que vai mudando de conceito com o passar dos anos. Isso é exemplificado na sequência em que Margareth completa 50 anos. Fazendo uma reflexão sobre quando fez 30 e naquele momento, aos 50 que não realizou o que imaginou para si. Somado ao distanciamento de Richard. Este preocupado com a hipoteca da casa e se vai ser ou não promovido no trabalho. Até quando se separam e Richard percebe que poderia ter sido melhor para a pessoa que mais amou na vida.
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