O mítico cowboy Clint Eastwood já deixou seu nome na história do cinema. Seja como o estranho sem nome dos westerns spaghetti de Sergio Leone, seja o policial durão “Dirty” Harry Callahan e como um dos maiores diretores na sétima arte. Aos 94 anos, não dá sinal que vai se aposentar. Seu último filme a frente e atras das câmeras, o faroeste moderno “Cry Macho” de 2021 parecia ser sua despedida. O lançamento de “Jurado Nº 2 (Juror #2, 2024)”, diz o contrário. Um filme de tribunal estrelado pelo futuro Lex Luthor do cinema Nicholas Hoult, como o jornalista independente Justin Kemp.
Ele é chamado para ser o jurado que dá titulo ao filme, para o julgamento de James Sythe (Gabriel Basso). Ele é acusado pelo assassinato de sua namorada Kendall Carter (Francesca Eastwood). A vitima foi atropelada na via rodoviária e seu corpo foi jogado pela ponte que a corta. Após uma briga no bar em que frequentavam. Em meio a isso, sua esposa Ally Crewson (Zoey Deutch), está esperando o filho deles. Recém-recuperado do vicio em álcool e sempre se aconselhando com seu tutor e advogado Larry Lasker, com o eterno Jack Bauer Kiefer Sutherland no papel. Não deseja participar do julgamento e diz que vai tentar um meio para não ser selecionado. Conhece o advogado de defesa de James, Eric Resnick (Chris Messina) e a advogada do estado responsável pelo caso, Faith Killebrew (Toni Collette de “Entre Facas & Segredos, 2019”).
Ela está concorrendo ao cargo de promotora e aproveita a repercussão do julgamento para se promover. Apesar de suas tentativas, Justin é convocado. Durante os primeiros dias, ele percebe que pode estar mais envolvido do que imaginava. Pois no estava no bar em que o casal brigou e pegou a estrada ao voltar para casa. Ao ouvir as testemunhas e ver as evidencias do caso, repara que pode ter causado a morte de Kendall. Já que na mesma noite, bebeu demais e dirigiu alcoolizado. Percorrendo o mesmo caminho da vítima e acreditando que atropelou um cervo. Já isso é comum de ocorrer na região.
Um dos jurados, é o ex-policial Harold Chicowski (o para J.J. Jameson da franquia “Homem-Aranha” J.K. Simmons). Realizou uma investigação particular e compartilha o que descobriu com Justin. Este percebe que o jogo pode virar contra ele. A partir daí, tenta manipular os outros para que inocentem Synthe. Dai temos o dilema moral do roteiro escrito por Jonathan Abrams para o “Jurado Nº 2”. Discutindo o que leva uma pessoa a deixar seu próximo ser acusado por um crime que não cometeu. Além das dúvidas, se deve continuar ou não com suas ações para esconder o que fez. E prometendo proteger Ally, já que esta sofre com uma gravidez de risco. Collette está ótima como a ambiciosa advogada que no decorrer do julgamento, vai descobrindo a verdade dos fatos.
Após uma conversa com Harold, que foi afastado por seu status como ex-policial. Começa a ver que a investigação teve falhas. Aos poucos, percebe que um dos jurados está envolvido diretamente com o caso. Se questiona se deve abrir mão de seus princípios para seguir adiante com a prisão em definitivo de Sythe. A película marcou também o reencontro de Toni e Nicholas. Eles atuaram na comedia britânica “Um Grande Garoto (2002)”, há 22 anos atrás. Eastwood traz seu olhar apurado, ressaltando os questionamentos de Justin se deve ou não acusar uma pessoa inocente pelo seu crime, para seguir com sua vida ao lado de Ally. Ou reconhecer seu erro e assumir sua culpa.
Comentários
Postar um comentário