Os criticados anos 80 ganham a relevância que merecem. Quanto muitos diziam que foi uma década sem criatividade. Hoje séries como a cultuada Netflix “Stranger Things” e artistas como The Killers, Franz Ferdinand e Interpol provam exatamente o contrário. Bandas como Duran Duran, Pet Shop Boys e U2 ainda mantem a chama acesa. E a última é considerada a maior banda da década 80 e uma das maiores de todos os tempos. Como isso dito, temos a dupla Roland Orzabal (vocais e guitarra) e Curt Smith (vocais e contrabaixo), que forma o Tears For Fears. Também surgida naqueles tempos, ficaram conhecidos mundialmente com “Shout” e “Everybody Wants to Rule the World”.
As desavenças entre eles, resultou na saída de Curt em 1991. Roland assumiu o TFF até a reconciliação em 2000. A dupla voltou a se apresentar e lançaram o álbum “Everybody Loves A Happy Ending” em 2004. Em constante turnê, eles estiveram na edição 2017 do Rock in Rio em nosso país tupiniquim. No ano de 2022, soltaram “The Tippin Point”, o primeiro trabalho autoral em 18 anos. Comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2022/04/tears-for-fears-esta-de-volta-com.html. As canções do TFF possuem um tom crítico ao abuso psicológico sofrido por Orzabal pelos pais na infância, o bullying nos tempos de escola e depressão. Essa temática se manteve até hoje e deixando o leque para cantar sobre amor, saúde mental, escapismo e às vezes, político como na impactante “Shout”. Assim temos “Songs For A Nervous Planet (2024)”.
Um álbum ao vivo com quatro canções inéditas gravadas em estúdio. “Say Goodbye to Mum and Dad”, “The Girl That I Call Home”, “Emily Said” e “Astronaut”. A maioria de repertório é baseado em “Tipping Point”, como na faixa título e “No Small Thing”. Ao lado de grandes sucessos do TFF como a psicodélica “”Sowing The Seeds of Love”, a impactante “Woman in Chains”, a reflexiva “Mad World (que ficou mundialmente conhecida ao ser regravada por Gary Jules para o cult “Donnie Darko, 2000)” e uma emocionante versão voz & piano para o primeiro single lançado pela dupla em 1981, “Suffer the Children”. O álbum é um balanço de uma carreira que teve seus altos e baixos. Mas que consolidou o TFF como uma das melhores da sua geração.
Com canções que refletem nosso cotidiano e nos fazem pensar na condição humana. Em especial nas relações diretas e com pessoas que passam por nossas vidas. Seja de forma definitiva ou num piscar de olhos, quando nossos caminhos se cruzam sem qualquer motivo aparente. São 18 canções ao vivo que atestam isso e mais quatro que exibem o melhor e o pior do ser humano. “The Girl That I Call Home” e “Emily Said” são uma homenagem de Roland à esposa Emily Rath, fotografa e escritora. Eles se casaram em abril de 2022. Ao mesmo tempo, relembra os momentos com a primeira mulher Caroline Johnston, falecida em 2017. Orzabal exibe um olhar mais otimista sobre o mundo em “Astronaut” e mais politizado em “Say Goodbye to Mum and Dad”.
Comentários
Postar um comentário