Surgida no final dos anos 70 e inicio dos 80, os ingleses do The Cure se tornaram um símbolo para o rock gótico. Despenteados, usando maquiagem e uma sonoridade soturna onde as letras continham um tom pessimista sobre o mundo. Em meio a outras como tom reflexivo sobre a vida e a morte. Tendo como exemplo as obscuras “Boys Don’t Cry” e “A Forest”, a pulsante “In Between Days”, a doce “Close to Me”, a delicada “Just Like Heaven” e a alegre “Friday I’m In Love”. O grupo liderado por Robert Smith, o único membro original remanescente, é conhecido pelas longas e cultuadas apresentações ao vivo. Chegando a três horas de duração. Em constantes turnês, a banda se manteve ativa.
Mas sem gravar material autoral desde “4:13 Dream” de 2008.Um hiato de 16 anos foi quebrado com “Songs of a Lost World”, lançado em 01 de novembro deste ano. Idealizado por Smith que produziu o álbum ao lado de Paul Corkett. Ele também montou a arte da capa com Andy Vella, um colaborador de longa data da banda. Eles se basearam na escultura “Bagatelle” de Janez Pirnat, criada em 1975. Composto por oito canções que refletem o amadurecimento musical de Robert Smith. Como bem ouvimos em “Disintegration (1989)” e “Bloodflowers (2000)”. Grandes arranjos e passagens musicais que levam o ouvinte para dentro da mente de Smith. Uma profunda analise do ser humano.
Abrindo os trabalhos temos a belíssima “Alone”, retratando a vida se vai como se fossem gotas de chuva. “And Nothing Is Forever”, a essência da humanidade se passa num piscar de olhos. O segundo single “A Fragile Thing” possui uma atmosfera mais leve que as primeiras. Ao contrário de “Warsong” puro caos musical. Já “Drone: Nodrone” é pesada e pontuada pelo contrabaixo de Simon Gallup. Em “I Can Never Say Goodbye”, Robert reflete sobre a dor da perda do irmão Richard. Ela é sentida na sua interpretação e nas letras. O tom volta a ficar mais leve com “All I Ever Am”, destacando o batera Jason Cooper.
Fechando os trabalhos com a potente “Endsong”, o guitarrista Reeve Gabrels deixa seu recado. Ao dividir os riffs e sua estrutura musical com Robert, ele integra a banda desde 2012. Este seu primeiro registro oficial. “Songs of a Lost World” traz o Cure com arranjos bem elaborados e uma sonoridade que beira à psicodelia em determinados momentos. Roger O’Connell, preenche as camadas musicais com seu teclado. Ao mesmo tempo, “um soco no estomago” musicalmente falando. O passado, o presente e o futuro estão intrinsicamente ligados, onde os sonhos podem se realizar ou não. O grupo fez a transmissão ao vivo no seu canal no YouTube na data de lançamento. Tocando o álbum na integra e seus principais sucessos com duração de três horas. Segue abaixo, divirta-se!
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