A transição onde vemos atores de renome assumirem a cadeira de diretor, não é nenhuma novidade no mundo do cinema. Tendo como exemplo o galã George Clooney e o canastrão Ben Affleck. A realizarem películas como os aclamados “Tudo Pelo Poder (2011)” e “Argo (2012)” respectivamente. A nova geração representada por Bryce Dallas Howard, Chris Pine, Olivia Wilde e Dev Patel também têm realizado seus trabalhos atras das câmeras. Este ultimo estreou no thriller de ação “Fúria Primitiva (Monkey Man, 2024)”. Conhecido por filmes como “Quem Quer Ser Um Milionário (2008)” e “Lion: Uma Jornada para Casa (2016)”. Dev é Kid, um jovem que busca vingar a morte de sua mãe Neela (Adithi Kalkunte) no vilarejo que moravam. Ele foi invadido por uma empreiteira que desejava o local para ampliar seus negócios.
Testemunhou o brutal assassinato da mãe e guardando na memória, quem a matou. Um homem chamado Rana (Sikandar Kher). Adulto, consegue trabalho de garçom num suntuoso hotel. Ele é frequentado por executivos da mesma empresa que é protegida por uma organização criminosa local. Destaque: comandada pelo executor de sua mãe. Em meio a flashbacks, Kid relembra seus ensinamentos e as histórias sobre a lenda hindu Hanuman. Um ser magico capaz de realizar o impossível, ele se assemelha a um homem-macaco. Que dá o titulo original do filme. Em meio a isso, ele assume sua persona em lutas clandestinas no submundo de Nova Deli, capital da Índia.
Elas são organizadas por Tiger (Sharlto Copley) e vai juntando o dinheiro necessário para seus planos de vingança. De volta ao trabalho, consegue a simpatia de Sita (Sobhita Dhulipala). Uma espécie de gerente do hotel e acompanhante de Rana. Junto a ela, descobre seus segredos e um modo de destruí-lo. Assim temos a trama inicial “Fúria Primitiva”. Com Patel se mostrando como um realizador autoral e fincando suas origens. Mesmo nascido na Inglaterra, possui descendência indiana. Por causa de seus pais originários de Gujarati, localizado à oeste da Índia. Por isso, a sensação de estar em Bollywood, a Hollywood local. Isso vai a seu favor.
Trazendo um ar de filme B de ação aliado a um conto de revanche. Além do tom social, ao exibir a diferença entre as classes. Os ricos não tem vergonha de exibir seu status e exigem respeito quem está abaixo deles. Já os mais humildes se submetem aos seus caprichos insanos. As ótimas sequencias de luta e o instituto de sobrevivência do personagem, lembram as ações do praticamente invencível John Wick de Keanu Reeves. Dev dá a Kid uma identidade própria. Deixa claro, luta para que outros como ele, não sofram na infância.
E após treinar com o mestre da tabla, instrumento indiano, Zakir Hussain. Aprimorando suas técnicas de luta, o faz enxergar que o líder espiritual Baba Shakti (Makarand Deshpande), não é tão altruísta como aparenta ser. Um projeto concebido em 2014, em que Patel trouxe um frescor ao gênero ação, mais realismo nas lutas de Kid. Seja no ringue, seja nos confrontos contra Rana e seus homens. Aliado a edição ágil de Joe Galdo, Tim Murrell e Dávid Jancsó e ao excepcional trabalho do diretor de fotografia Sharone Meir. Que soube usar os tons pasteis e as sombras nos estreitos becos que cercam a cidade grande.
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