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"GUERRA CIVIL", A Falência da Humanidade

Os últimos anos têm sido tensos ao redor do globo terrestre. Desde a invasão do capitólio na terra do tio Sam em 2021 e o inimaginável 08 de janeiro de 2023 em nossa terra brasilis. Quando pessoas comuns invadiram os prédios dos três poderes, pedindo intervenção militar. E mais recentemente a invasão da Rússia do seu alto proclamado líder Vladimir Putin contra a Ucrânia em 2022 e o ataque do Hamas à Israel em outubro de 2023. Sintomas de um mundo doente, onde o radicalismo dita as regras. Assim chegamos ao novo filme de Alex Garland, “Guerra Civil (Civil War, 2024)”. Conhecido por trabalhos como as scifi “Ex-Machina (2014)” e “Aniquilação (2018)”. 

Além da parceira com Danny Boyle na franquia “Extermínio”. Agora Garland traz o conto sobre uma guerra civil nos Estados Unidos em uma linha do tempo não muito distante da que estamos vivenciando. Os estados do Texas e de Los Angeles se uniram com suas forças militares. E se dirigem até a capital Washington para derrubar o presidente norte-americano e instalar um novo governo. Eles se proclamaram as “Forças Ocidentais”. A escalada da violência pelas ruas das cidades é rápida. Por isso é uma jornalista de guerra se prontifica para cobri-la. No caso, Lee Smith. Feita pela eterna Mary Jane da trilogia “Homem-Aranha” de Sam Raimi Kristen Dunst. Acompanhada pelo repórter da Reuters Joel, com nosso capitão Nascimento Wagner Moura no papel, e a jovem Priscilla Presley Cailee Spaeny como a fotojornalista estagiaria Jessie.

Além de entrevistar o presidente dos EUA (Nick Offerman, o solitário Bill da série HBO “The Last of Us” desde 2023). Em seu terceiro mandato, tenta lidar com os revolucionários. Que desejam destitui-lo do poder. Seu regime é considerado uma ditadura. Os três percebem que a jornada não será fácil. As forças inimigas têm ordem de matar seus opositores e principalmente, pessoas ligadas à imprensa. Pela sua experiência de campo, Lee consegue se infiltrar nas partes mais dificeis para chegar à capital. Ao lado de Joel, convencem os radicais que estão apenas fazendo seu trabalho jornalístico. Já com Jessie está ao lado deles. Eles contam com o auxílio do mentor de Lee, o veterano jornalista Sammy (Stephen McKinley Henderson). Daí o mote inicial de “Guerra Civil”.

Garland exibe como o extremismo, o fanatismo e a polarização provocam a ruptura de uma nação. Um país rachado e o líder que permanece no poder não quer deixa-lo. Provocando a reação de uma parte da população para tira-lo a todo custo. Assim acompanhamos a caminhada de Lee, Joel, Jessie e Sammy. Cada um com sua motivação. Lee faz seu trabalho com maestria, certo cinismo e cansaço. Joel é o cara descolado e quer entrevistar o presidente para saber seu ponto de vista sobre o conflito. Antes da chegada das “Forças Ocidentais” à capital. Assim como Sammy e Jessie quer seguir os passos de Lee, já que é sua admiradora. Com quem aprende a lidar em situações extremas.

Seus interpretes deixa seu recado com competência. Dunst está ótima como a repórter exausta de acompanhar tantas batalhas mundo afora. E no decorrer do filme, redescobre porque quis ser uma fotojornalista e passar isso a Jessie. Cailee quer superar os próprios limites.  Perder a inocência e ser como Lee, sua personagem são os olhos do espectador. O medo e o receio de estar tão perto dos tiros e das explosões. Ao mesmo tempo, amadurecer e criando uma casca emocional para se proteger. Stephen é o velho jornalista que busca manter a relevância profissional. Wagner está ótimo como o profissional da comunicação que se sente a vontade na guerra. É sua força motriz, chegando a usar remédios controlados vencidos para se manter acordado e adrenalina apurada.


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