Em 2021, o cineasta franco-canadense Denis Villeneuve se lançou num projeto ambicioso e pessoal. A adaptação do conto scifi “Duna” de Frank Herbert. Um apaixonado pelo livro desde adolescência, Denis nos trouxe um filme que exibe o mundo desértico de Arrakis em seus mínimos detalhes e o inicio da profecia do Escolhido que uniria as Casas que formam este universo. No caso, o jovem Paul Atreides da Casa Atreides feito por Timothée Chalamet. Para saber mais no link: https://cyroay72.blogspot.com/2021/10/duna-2021-por-denis-villeneuve.html. Dividido em duas partes, a segunda começa exatamente do ponto que a primeira terminou com Paul ao lado da mãe, Lady Jessica (Rebecca Ferguson) acompanhando Stilgar (Javier Bardem) e Chani (Zedaya) até a morada dos Fremen, Sietch Tabr. Com o exército Harkonnen no seu encalço.
Chegando lá, Paul e Jessica são recebidos com a desconfiança de todos. Em especial, o primeiro. Já que alguns acreditam que é Lisan al Gaib, aqueles trará paz e prosperidade ao planeta. Stilgar oferece uma alternativa a Jessica. Ela se tornar a Reverenda Madre de Arrakis, já que sua antecessora está morrendo. Para fazer isso, precisa tomar a “Água da Vida”. Um alucinógeno que amplia seus poderes e visão. Ela enxerga um meio para proteger a filha Alia que está gestando e aproveitar sua influencia para reforçar que Paul é o Escolhido. Ele entra de cabeça na cultura dos Fremen e se tornar um deles. Para futuramente lidera-los contra os Harkonnen e vingar a morte do pai, Leto (Oscar Isaac).
Com o auxilio de Chani, ele aprende rapidamente a doutrina. Também é treinado por Stilgar e descobrindo os segredos que Arrakis esconde em suas areias em meio à Especiaria. Ampliando suas visões sobre um possível futuro para ele e quem está no seu entorno. Mesmo assim, ele não deseja ser o “escolhido”. Deixando isso bem claro a todos na tribo, quer apenas ser como eles. Com tempo, vai ganhando o respeito e admiração de Chani. Sua amiga Shishakli (Souheila Yacoub) não acredita na profecia. Mas ambas vão mudando de opinião, com a atitude altruísta de Paul. Em especial, na excepcional sequencia onde vai montar um verme de areia. Não poderia ser diferente, o maior de todos. Villeneuve mostra exímio técnico, onde o suspense e a ação estão em perfeita sintonia.
A trilha sonora musical de Hans Zimmer é essencial e surge no momento certo. Ate então, ouvíamos a correria de Paul em meio à duna de areia, sua respiração ofegante e o verme tentando se desvencilhar de sua presença. Até o momento que consegue subjulga-lo e cavalgar. Conquistando a todos e ganhando o nome Paul Maud’Dib Usul e Stilgar percebendo que ele pode ser realmente Lisan al Gaib. Enquanto isso, o imperador Shaddam IV, com o veterano Christopher Walken no papel, da Casa Corrino usa sua influencia para manter seu poder com o auxilio do barão Vladimir Harkonnen (Stellan Skarsgard). Já sua filha Irluan (Florence Plugh, a nova Viúva Negra do UCM) questiona os métodos do pai e tenta convencê-lo a agir diferente. Ela é aconselhada pela Reverenda Madre (Charlotte Rampling). Como todo jogo politico, o tabuleiro de xadrez foi lançado.
Já esta tem outros planos, Lady Margot Fenring (Léa Seydoux, de “007: Sem Tempo para Morrer, 2021”), uma bene gesserit que trabalha como espiã. Ela acompanha de perto o sobrinho de Vladimir, o implacável Feyd-Rautha Harkonnen. Interpretado pelo Elvis Austin Butler. Uma pessoa que faz uso da violência para marcar presença. Um olhar frio de arrepiar e matando com requintes de prazer. Ele está perfeito como o vilão da vez. Em meio a isso, as ações de Paul em Arrakis vêm chamando atenção e deixando a situação tensa para Shaddam IV. Já que a produção da Especiaria foi interrompida e Rabban (Dave Bautista), nomeado como governador pelo tio, não está conseguindo detê-lo. Assim Feyd é chamado para tomar seu lugar e a promessa de ser o novo imperador da galáxia conhecida.
Dai a trama de “Duna Parte II”, enquanto na primeira parte fomos introduzidos a este vasto mundo criado por Herbert, aqui somos levados a novos temas. Além de ótimas sequencias de ação como os ataques dos Fremen às escavadoras dos Harkonnen e o ato final com os mesmos montados em Vermes para atacarem a campanha militar de Shaddam IV no planeta. Os dilemas religiosos ganham destaque com a presença de Jessica agora como Reverenda Madre em Arrakis e suas artimanhas para convencer a todos que o filho é Lisan al Gaib. Ela conversa diariamente com a filha e juntas tentam convencê-lo. Alia (Anya Taylor-Joy da série Netflix “O Gambito da Rainha, 2020”) surge em uma das suas visões e explicando porque ele precisa aceitar quem é.
Um ponto de virada que pode assustar o espectador mais desavisado. Há certo fanatismo por parte de Stilgar, sentindo que é o momento de Muad’Dib. Timothée está perfeito em exibir o próprio questionamento se é capaz de ganhar este fardo nas costas e após perceber que é preciso assumir o papel de líder de uma nação. Ser o dito Messias que será uma entidade capaz de apaziguar o universo. Abrindo mão da pessoa que mais ama. No caso, Chani. Zedaya esta perfeita no papel ao questionar a relevância da profecia. Ela acredita e ao mesmo tempo, não acredita. Deseja estar ao lado de Paul, desde que se mantenha integro e fiel a ela.
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