O ultimo final de semana do festival THE TOWN na cidade de São Paulo, que ocorreu no autódromo de Interlagos, não poderia ser mais especial. Além de ser o dia em que o rock se fez presente, tivemos a apresentação dos Foo Fighters por aqui desde o falecimento precoce de seu carismático batera Taylor Hawkins em 2022. Comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2022/03/o-foo-fighter-taylor-hawkins-17021972.html. Ao lado deles no Palco Skyline a cantora Pitty, o Garbage e o Yeah Yeah Yeahs. Estes substituíram o Queens of the Stone Age de Josh Homme, já que não vieram por motivos médicos. Este que vos escreve esteve in loco e a estrutura é realmente fantástica. Nos moldes do primo carioca, o Rock In Rio, um espetáculo para os olhos. O mesmo não pode ser dito da organização. Comentaremos ao final da resenha. Voltando a parte musical, a cantora baiana Pitty trouxe seu show que comemora os 20 anos de lançamento de sua estreia fonográfica, “Admirável Chip Novo (2003)”. Junto ao quarteto de cordas Nova Orquestra, adicionando mais peso ao seu som.
Abrindo os trabalhos no Skyline, com uma gravação telefônica.Sobre o primeiro single e é aconselhada a pegar leve. Ela responde: “E eu vim da Bahia para chegar devagar?”. É a deixa para “Teto de Vidro” e “Admirável Chip Novo”. Simpática e conversando bastante com o publico, ela agradecida por estar lá e exibe todo seu domínio do palco em “Equalize”. Interage com a câmera de palco, como se estivesse dançando com uma pessoa. Pelo pouco tempo no palco, Pitty opta por manter as canções de “ACN” e um dos melhores momentos é quando pede para formarem uma rodinha punk no meio da galera ao som de “Memórias”. Encerrando com o hit “Me Adora” e sendo ovacionada por todos. Simplesmente um show de rock’n’roll na veia. Parabéns, Pitty!
As 19h20, o Garbage surge com a carismática vocalista Shirley Manson e já emenda “Supervixen” e “#1 Crush” do primeiro álbum homônimo de 1994. Ao lado do baterista Butch Vig (produtor do mítico “Nevermind (1991)” do Nirvana), os guitarristas Steve Marker e Duke Erikson e Daniel Shulman no contrabaixo, trazem de volta o rock alternativo dos anos 90 que marcaram a sonoridade deles. Manson representante do girl power daqueles tempos, mostra porque é uma grandes cantoras da sua geração. Falando bastante com o publico, agradece o carinho e o suporte dos fãs, e o Foo Fighters por fazerem esta turnê em conjunto.
Canções
do mais recente trabalho, “No Gods, No Masters (2021)”, como “The Men Who Rule The World” e “Wolves” chamam atenção. Já “Run Baby Run”, “I Think I’m Paranoid” e “Stupid
Girl” fazem todos pularem e cantarem. A nova “Godhead”, Shirley brinca com
o publico ao explicar como veio a ideia para compô-la: “Escrevi essa pensando se tivesse um pênis!”.
Em meio a apresentação, uma grata
surpresa. A cover para “Cities
in Dust” do Siouxie and the Banshees. O
final com o maior hit “Only Happens Its
Rain” e “Push It”, Shirley diz que é um privilégio tocar
em São Paulo e completa: “A vida é
estranha. Não sabemos quando vamos
voltar. Estamos velhos e cansados.
Quem sabe um dia”. Um show
excepcional.
Os Yeah Yeah Yeahs tinham um duplo desafio. Substituir o Queens of the Stone Age e entreter os presentes antes do Foo Fighters. A performática Karen O chama atenção pelo visual inusitado e sua postura de palco entusiasmada. O grupo nova iorquino trouxe seu indie rock com pitadas eletrônicas e pós-punk, para um publico que não está preparado para sua proposta. Abrindo com “Spitting of the Edge of the World” do ultimo disco “Cool it Down (2022)”. Alem de “Burning” e “Lovebomb”. Um momento que chamou atenção foi o resgate de uma pessoa presa à tirolesa. Karen parou o show e deu continuidade quando viu que estava tudo bem. “Maps”, “Heads Will Roll” com direito a chuva de pape picado e a barulhenta “Date With The Night” fecharam o show competente da banda.
A expectativa acaba pontualmente às 23 horas com Dave Grohl subindo ao Skyline, como faz tradicionalmente. Empunhando sua guitarra, seguindo por Nate Mendel (contrabaixo), Pat Smear (guitarra), Chris Shifflet (guitarra solo), Rami Jaffe (teclados) e o substituto de Taylor, Josh Freese. Indo de ponta a ponta do palco, Grohl vai para ao centro e já dedilha o riff matador de “All My Life”. Dai a catarse, cantada em uníssono e o local vindo a baixo. Seguida de “The Pretender” e “No Son of Mine”. Este intercalada com “Iron Man” do Black Sabbath e “Enter Sandman” do Metallica. Uma pausa para o olhar surpreendido de Dave, que não esperava ver tanta gente em Interlagos. Fora a recepção. Diz que está comovido e considera o publico brasileiro é o mais insano para qual tocou. Para baixar um pouco a adrenalina temos “Learn to Fly”, a nova “Rescued” e “Walk”.
É a deixa para a emotiva “Times Like These”. Que começa lenta com Grohl sozinho na guitarra e num crescendo a banda surge para torna-la uma das melhores canções FF tocadas ao vivo. A vibrante “Breakout”, esta com um pedido de Dave para os presentes ligarem seus celulares para iluminarem o local, e a paulada “Run” dão continuidade. Mais uma pausa, apresenta o grupo e cada um se faz presente. Chris no melhor estilo guitar hero. Nate tocando “Sabotage” dos Beastie Boys, Dave comenta que seu amigo é um grande fã do trio. E a promessa que na próxima turnê por aqui, vão toca-la na integra. Com Pat temos ”Blitzrieg Bop” dos Ramones, Rami nos faz lembrar os solos psicodélicos de Rick Wakeman no Yes e Josh finalmente é apresentado oficialmente com “Whip It” do Devo e “March of the Pigs” do Nine Inch Nails. Grohl ratifica que Freese integrou as duas bandas. Para seu momento temos “My Hero”. Em formato semelhante ao ouvido em “Skin and Bones (2006)”. Uma volta ao passado com “This Is A Call”.
Seguindo com a épica “The Sky is a Neighborhood” e o swingue de “Shame Shame”. É a hora para todas cantarem junto a Dave na reflexiva “These Days”. “Generator” e “Aurora” nos leva ao tempo que o FF se tornou um power trio brevemente em “There Is Nothing Left to Lose (1999)”. A última é dita por Grohl que era a canção favorita do seu irmão de outra mãe e que será sempre tocada pelo FF. A nova balada “The Glass” se faz presente. “Monkey Wrench” volta a agitar a galera e o prenuncio para o final apoteótico com arrasa quarteirão “Best of You” e a pulsante “Everlong”. Saldo final é extremamente positivo. Vimos que o FF voltou com as forças renovadas e Josh foi essencial para isso acontecer. Sendo o cara certo na hora certa. Dave Grohl voltando a demonstrar a simpatia e o carisma característico, além da alegria de estar nos palcos, justifcando o apelido de “O Cara Mais Legal do Rock”.
NOTA PESSOAL: Por estarmos presencialmente no THE TOWN, não conseguimos acompanhar as atividades do Palco The One. Agora sobre a experiência de estar dentro do evento, apesar do deslumbramento da estrutura dos palcos e os estandes dos patrocinadores. Vimos filas quilométricas para frequentar os espaços culturais, lanchonetes, bares e os banheiros. Estes muito mal localizados. Em especial, ao do Palco Skyline. Este montado ao seu lado e a passarela de acesso também próxima. Isso trouxe problemas de locomoção. Sem contar a superlotação do dia. Conversamos com o pessoal da organização, eles estavam cientes e iam trabalhar para melhorar isso. A chuva torrencial no primeiro dia e os fatores descritos acima foram um aprendizado. DETALHE: É a mesma turma que trabalha no Rock In Rio. Experiência no assunto não falta.
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