Em 2021, tivemos uma grata surpresa no mundo dos canais streaming. A série animada “Star Wars Visions”, onde a opera espacial do criador George Lucas ganhou novos contornos e ampliou ainda mais seu universo. Uma tática que a Disney tem feito desde que adquiriu a produtora Lucasfilm em 2012 e o inicio da nova trilogia com “O Despertar da Força” em 2015. “Visions” foi um grande sucesso na plataforma Disney+ e seu segundo volume muito aguardado. Comentamos no link: https://cyroay72.blogspot.com/2021/09/star-wars-visions.html
Antes tivemos produtoras japonesas responsáveis pelos desenhos no melhor estilo anime de ser. Agora temos estúdios vindos do Chile, Espanha, França, África do Sul, Índia, Irlanda e França para o “Volume 2 (Star Wars Visions Volume 2, 2023)”. O primeiro episódio é do espanhol El Guiri Studios, onde uma jovem deixando o lado negro da Força para seguir sua vida fora do alcance de seu mestre, um sith. Apropriadamente chamado “Sith”, é a animação que traz as cores e dinâmica do expressionismo espanhol. Adicionando mais ação no embate entre a jovem e seu antigo mestre. Que faz de tudo para convertê-la definitivamente. Ela percebe que não é o caminho que deseja para sua vida.
O segundo “Screecher’s Reach” tem um tom sombrio. Onde três amigos investigam uma lenda sobre o espirito maligno em uma caverna próxima do vilarejo em que moram. Uma delas, Daal, sente que há algo mais e indo a fundo para entendê-la. Ao mesmo tempo, quer sair da onde está e realizar seus sonhos. Uma reflexão recorrente dentro da saga, quando somos chamados pela Força. O chileno Punkrobot traz o terceiro capitulo “Nas Estrelas”, feito em stop motion. Com duas irmãs lutam contra o domínio de uma ocupação do Império em seu planeta natal. Sendo as ultimas sobreviventes, tentam destruir uma fabrica que polui o seu ambiente e rouba toda agua potável.
Aqui temos uma critica ao crescimento desenfreado da indústria que traz prejuízo ao meio ambiente do nosso planeta azul. Em “Eu Sou Mãe”, feito pelo inglês Aardman, estúdio responsável pela cativante animação “Fuga das Galinhas (2000)”. Aqui temos mãe e filha que disputam uma corrida, com a que vimos em “Star Wars Episódio I: A Ameaça Fantasma (1999)”. Onde as duas ratificam o amor que sentem uma pela outra. Aqui temos a participação de Denis Lawson, que reprisa seu personagem Wedge Antilles. O piloto da Aliança Rebelde da Trilogia Clássica. Já “Jornada à Cabeça Sombria” do Studio Mir (Coréia do Sul), segue a tradição da saga. Onde um padawan é assombrado por uma visão com que se converte para o Lado Sombrio. Influenciado por um mestre sith.
Ainda se alia a uma jovem engenheira com a missão em destruir uma estatua que possui conexão com a Força. Que traz um dos melhores confrontos do “Volume 2”, entre o padawan e o sith de sua visão. “A Dançarina Espiã” capta o espirito de “Rogue One: Uma História Star Wars (2016)”, com um grupo de artistas que auxiliam a Aliança Rebelde na luta contra o Império Galáctico de Palpatine. Entretém o exercito de stormtroopers e seus comandantes atrás de informações sigilosas. Para repassa-las à Rebelião. Aqui uma referencia à Resistencia Francesa contra ao domínio nazista na Segunda Guerra Mundial. Com o indiano 88 Pictures, temos “Os Ladrões de Galak”. Onde os irmãos Charuk e Rani estão fugindo do Império. Com a segunda sendo sensitiva à Força.
Um lindo tributo à cultura da Índia. “O Poço” produzido pelo japonês D’Art Shtajio em parceria com a Lucasfilm, foca na opressão do Império. Em busca do Kyber Cristal, eles escravizam pessoas. Construindo cidades e cavando buracos tão profundos para extrai-los. Ao final, as deixam prisioneiros dentro deles. Uma alusão ao trabalho escravo, que infelizmente ainda ocorre nos dias de hoje. O episodio final é “Aau’s Song”. Em uma pequena comunidade onde o Kyber Cristal é extraído, temos a pequena Aau. Sua voz é calada por seu pai para protegê-la.
Pois se ela cantar próximo deles, entram em ebulição e explodem. Até a chegada de uma jedi que pode treina-la a usar corretamente sua voz. Como no “Volume Um”, “Visions” se aproxima da visão de George para “Star Wars” fora do que já conhecemos no cinema. Seja nas trilogias quanto nos spin-off e mais recentemente nas series online. Além de dar mais diversidade à galáxia muito, muito distante. Somada a influencia dos filmes de Akira Kurosawa, como no já citado “A Fortaleza Escondida (1958)”.
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