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O Terror Slasher de "X: A MARCA DA MORTE" & "PEARL"

O gênero terror de tempos em tempos, se renova ou apena reaproveita formulas já consagradas para alcançar novos voos com o uso da tecnologia dos dias de hoje. Quentin Tarantino e Robert Rodriguez já fizeram isso com a serie “Grindhouse” em 2007, revisando os antigos filmes de horror. Estes tinham como característica a edição final truncada e a baixa qualidade das imagens. “À Prova de Morte” e “Planeta Terror” respectivamente. Mais recentemente tivemos “X: A Marca da Morte (X, 2022)” de Ti West. Que traz a referência do clássico “O Massacre da Serra Elétrica (1972)” para nos trazer o conto sobre uma equipe realizando um filme pornô numa fazenda, no interior norte-americano.

No caso o produtor Wayne (Martin Henderson), sua namorada e atriz pornô em ascensão Maxine Minx (Mia Goth), os atores veteranos no ramo Jackson (Kid Cudi) e Bobby-Lynne (Brittany Snow), o cameraman e diretor RJ (Owen Campbell) e a assistente Lorraine (a Wandinha Jenna Ortega). Wayne alugou o galpão da fazenda de um veterano da Primeira Guerra Mundial Howard (Stephen Ure). Ele vive recluso com a esposa Pearl (Goth) na zona rural do Texas. Conservador ao extremo, ele não suspeita das verdadeiras intenções de Wayne e seus amigos.  O que parece ser uma rotina para eles. Com Jackson filmando suas cenas com Bobby-Lynne e Maxine, acompanhados de perto por RJ e com Lorraine observando atentamente tudo o que ocorre ao seu redor. 


Nas sombras surge Pearl. Ela se encanta por Maxine, imaginando como seria sua vida se realmente tivesse realizado seu sonho em ser uma estrela do cinema na juventude. É aí que a película ganha novos contornos e descobrimos a verdadeira persona de Pearl e Howard. A comedia com toques dramáticos se transforma no filme de horror no melhor estilo Slasher de ser. Vísceras, facas que cortam a goela e o sangue jorrando sem parar. Goth está perfeita nos dois papeis. A jovem que deseja a fama sem medir as consequências. 

E Pearl, num excelente trabalho da equipe de maquiagem. Uma linda mulher desiludida e maltratada pelo tempo. Assumindo seu lado serial killer, já que não se tornou quem sonhou ser. Encontrando em Howard, sua alma gêmea e cúmplice. “A Marca da Morte” nos revelou dois talentos, Mia e Jenna. Esta última também mostrou seu talento em “Pânico (2022)”, que marcou o retorno do aterrorizante Ghostface na tela grande do cinema. Já a primeira vem se tornando a nova musa do cinema horror com a continuação “Pearl” e em filmes como “Infinity Pool (2023)” de Brandon Cronenberg.

O sucesso de “A Marca de Morte”, fez com que Ti ao lado de Mia, escrevesse sobre a origem de Pearl, ganhando um filme para chamar de seu. Em “Pearl (Pearl: An X-traordinary Origin Story, 2022)”, Goth reprisando o papel e nos trazendo mais detalhes sobre a persona dela.  Afastada de Howard (Alistair Sewell), que está lutando na Primeira Guerra, ela vive com a mãe Ruth (Tandi Wright) e a auxilia nos cuidados ao pai (Matthew Sunderland). Ele sofre de uma paralisia total e é necessário ser vigiado o tempo todo. Enquanto isso, ela sonha em ser uma estrela do cinema. Sempre que tem um tempo livre, vai ao cinema da sua cidade. Lá se aproxima do projetista (David Corenswet) e com quem troca confidências. Ele a incentiva a ser uma atriz.

A irmã de Howard, Mitsy (Emma  Jenkins-Purro) também tem o mesmo sonho. O que parecia ser um sonho de adolescência vai se revelando um denso thriller psicológico. A ambição de Pearl vai crescendo a cada momento que Ruth intervém. Ao mesmo tempo, os empecilhos que surgem no seu caminho. O ressentimento com a ida de Howard e a promessa não cumprida de sair de lá de uma vez por todas. Ela soube de um teste de dança que pode leva-la a ser o que deseja. O que eventualmente não ocorre.

Descobre do pior modo, os produtores desejam uma jovem loira. Seu estereotipo está saturado no cinema. Isso faz com que Pearl solte toda raiva contida dentro de si. Justificando os atos vistos em “X”. Assassinando brutalmente os pais e quem fica no seu caminho. Com requintes de crueldade de chocar o espectador mais desavisado. Aqui a atuação de Mia se sobressai, a jovem desajustada que prefere viver na fantasia ao invés da sua dura realidade diária. O único modo que enxerga para sair dessa rotina é passando por cima de tudo e todos. E manter as aparências, em ser uma pessoa tranquila e sem remorsos.

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