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O Guitar Hero JEFF BECK (24.06.1944 - 10.01.2023 R.I.P.)

No último dia 10 de janeiro, o mundo da música teve mais uma perda inestimável. Além de ser uma data onde o eterno camaleão do rock David Bowie nos deixou em 2016. Agora o guitar hero Jeff Beck veio falecer devido uma infecção bacteriana causada por uma meningite.  Em comunicação oficial da família: “Em nome de sua família, é com profunda tristeza que comunicamos a notícia do falecimento de Jeff Beck. Depois de contrair uma meningite bacteriana, ele faleceu ontem. Sua família pede privacidade enquanto processa essa grande perda”. Pessoas próximos, confirmaram que ele morreu em paz e sem dores.

Beck formou ao lado do slowhand Eric Clapton e eterno guitarrista do Led Zeppelin Jimmy Page, formaram uma espécie de trindade do instrumento. Surgidos dos anos 60, quase simultaneamente. Já Clapton fez parte do The Yardbirds, o embrião do LZ. Ele saiu para tocar com John Mayall e os Bluesbreakers em 1965, sendo substituído por Jeff. Este mais tarde também saiu e em seu lugar Page. Um porém, eles já tocavam juntos na banda. Um ano depois da saída de Eric, foi a vez de Beck. O grupo estava sofrendo certo desgaste e encerrou as atividades em 1968. Foi a deixa para Page formar uma banda, “The New Yardbirds” que mais seria batizada Zeppelin de Chumbo. O resto é história.


Já em carreira solo, Jeff acumulou 05 Grammys. Foi homenageado como um dos maiores guitarristas de todos os tempos pela imprensa especializada como a revista Rolling Stone. Um dos seus últimos trabalhos foi ao lado do ator Johnny “Jack Sparrow” Depp, com quem gravou o álbum de covers, “18”. Lançado em junho de 2022, entre elas temos “Caroline, No” dos Beach Boys e “Isolation” de John Lennon. Esta ultima ganhou vídeo clip, foi gravada originalmente em 2020. Beck, Clapton e Page, cada um ao seu estilo deixou sua marca na música.

Eric é um bluesman por essência influenciado por Robert Johnson e Elmore King. Jimmy trouxe um tom épico ao instrumento de seis cordas. Riffs marcantes como em “Kashmir” e  “Rock’n’Roll”, ao lado do dedilhado cativante da clássica “Stairway to Heaven”. Jeff transitou pelo puro blues do Mississipi, o rock inglês emergente dos anos 60 e posteriormente com o jazz e a soul music nos discos “Blow by Blow (1975)” e “Wired (1976)”, este gravado com o tecladista Jan Hammer. 


Dito isso, vamos pegar emprestado o Delorean de Doc Brown da saga “De Volta para o Futuro” para voltar no tempo. Mais precisamente em 25 de novembro de 2010, na extinta casa de show Via Funchal da cidade de São Paulo. Tomando todo cuidado para não se encontrar com meu eu daquele ano para não causar problemas no espaço tempo. Beck divulgando o álbum “Emotion and Commotion”, onde ele saiu da sua zona de conforto musical. Mezzo Jazz, Mezzo Rock e uma pitada Blues. Muito elogiado na época, ele somou uma sonoridade mais clássica. Como a versão arrebatadora de “Nessum Dorma” da opera Turandot de Puccini.  Que encerrou uma apresentação primorosa que se iniciou com “Plan B”, “Stratus” e “Led Boots”. Acompanhado pelo tecladista Jason Rebello, Rhonda Smith no contrabaixo e o batera Narada Michael Warden.

O novo disco é representado por “Corpus Christi Carol”, “Hammerhead” e “Mná Na Héireann”. Temos uma pausa para descanso e na volta ao palco, Beck já dedilha a doce “People Get Ready”, hit dos The Impressions. Se tornou um grande sucesso dos anos 80 na sua versão ao lado de Rod “The Mod” Stewart.  Logo em seguida tivemos “You Never Know”, o blues “Rollin’ and Tumblin’” e a pulsante “Big Block”.  A emoção vai à flor da pele com sua versão para o clássico “Over The Rainbow”. Popularizado no musical “O Mágico de Oz (1939)” na voz da imortal Judy Garland. 

Blast From The East”, “Angel (Footsteps)”, “Dirty Mind”, “Brush With The Blues” e a antológica “A Day In The Life” dos quatros rapazes de Liverpool bem ao seu estilo, fecharam a primeira parte do show. Para o encerramento temos o swingue de “I Want to Take You Higher” de Sly and the Family Stone, o boogie woogie “How High The Moon” e a poderosa “Nessun Dorma”. Foi uma apresentação destruidora de um dos maiores músicos do instrumento, em sua primeira passagem em nossa terra brasilis. Carismático e de uma técnica única e incomparável. Jeff vai fazer muita falta, mas seu legado permanecerá e é inestimável.


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