A sétima arte foi se adaptando com o passar dos tempos à novos gêneros e temas. Quem imaginaria que um universo cinematográfico baseado nas histórias em quadrinhos se tornaria algo tão grande? Ou filmes baseados na vida de estrelas do rock ganhariam a relevância merecida? Somada a isso, as películas estreladas por pessoas negras e pardas tem conseguido mais espaço. O UCM da Marvel é o melhor exemplo, o herói de Wakanda Pantera Negra introduzido em “Capitão América: Guerra Civll (2016)” e em seu filme solo de 2018, foi o primeiro do gênero a ser indicado ao Oscar daquele ano. Assim chegamos à “A Mulher Rei (The Woman King, 2022)”.
Filme baseado em uma história real e estrelado por Viola Davis. Uma das mais talentosas
atrizes de sua geração, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “Um
Limite Entre Nós (2016)” e por trabalhos excepcionais como o drama “Histórias Cruzadas (2011)”, o musical “A Voz Suprema do Blues (2020)”, a Amanda
Waller de “O Esquadrão Suicida
(2021)” e a implacável advogada Annalise Keating na série “How to Get Away with Murder (2014 a 2020)”. Agora ela é a general
Nanisca que lidera as guerreiras Agojie, que defendem seu pais, o reino de
Daomé (atual Benin, África Ocidental). Eram tidas como um grupo de elite mais
poderoso da África. Sendo a inspiração para as Dora Milaje, o exército de
Wakanda formado apenas por mulheres.
A
partir do roteiro escrito por Dana
Stevens e Gina Prince-Bythewood (“The Old Guard, 2020)”, com esta
assumindo a cadeira de diretora. Nanisca e suas amazonas treinam para lutarem
contra as eminentes ameaças a sua paz e soberania. Seu rei Ghenzo (John Boyega, o stormtrooper desertor
Finn da saga Star Wars) a alerta que estrangeiros estão chegando e desconhece
as verdadeiras intenções deles. Por isso, deve ficar atenta. Já que após o
embate com a tribo rival Oió, muitas de suas guerreiras morreram. Assim precisa
selecionar novas como a jovem Nawi (Thuso
Mbedu). Que foi enviada pelo pai adotivo, já que se recusou a se casar com
os homens escolhidos por ele, ao palácio do rei e se tornar uma agojie.
Sendo a segunda, sua melhor amiga e conselheira. O conto se passa nos anos 1800, as Agojie lutam por suas vidas e seu reino. A lenda diz que as Agojie possuíam excepcionais habilidades de combate no arco e flecha, caça e corporal. Assim precisam reunir todas suas forças para lutarem contra o colonizador Santos Ferreira, feito por Hero Fiennes Tiffin. Daí o mote inicial de “A Mulher Rei”. Com a experiência adquirida em “The Old Guard”’, Prince-Bythewood capricha nas sequencias de ação. Em especial, as de batalhas. Que não ficam a dever como bem vimos nos épicos “Coração Valente (1995)” e “Gladiador (2000)”. Viola é um espetáculo à parte, é visível seu comprometimento na parte física. Além de se expressar com caras e bocas, sua desenvoltura nos combates.
Impondo sua força em cena, sendo a líder do seu clã. E ao mesmo tempo, sensível e frágil. Puro carisma e talento. Thuso está bem no papel e é uma jovem a se ficar de olho. Revelada na minissérie “The Underground Railroad (2021)”. Já Lashana e Sheila são as pontes para a personagem de Davis. Mas que deixam sua marca em cena. A primeira auxilia no treinamento e alivia a tensão ao lado da segunda nos momentos de luta. Atim como Amenza é a consciência de Nanisca. Destaque para a fotografia de Polly Morgan, o caprichado figurino montado por Gersha Philips e a trilha musical composta por Terence Blachard (colaborador de Spike Lee em seus filmes), juntos complementam o tom épico de “A Mulher Rei”.
Comentários
Postar um comentário