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O suspense Netflix "O TELEFONE DO SR. HARRIGAN"

A maestria na escrita de Stephen King o transformou em um dos maiores escritores da sua geração e de todos os tempos, vira em mexe seus livros são adaptados tanto para o cinema quanto para os serviços streaming e/ou televisão. Mais recentemente Pennywise ganhou vida na franquia “It: A Coisa” e a serie HBO “The Outsider (2020)”. O canal das redes sociais Netflix também trouxe o mundo de King em “Jogo Perigoso (2017)”, “1922 (2017)”, “Campo do Medo (2019)” e a minissérie “O Nevoeiro (2017)”. Agora ao lado do roteirista e diretor John Lee Hancock e os produtores Jason Blum e Ryan Murphy, temos o suspense “O Telefone do Sr. Harrigan (The Mr. Harrigan’s Phone, 2022)”. 

Hancock, conhecido pelos dramas “Um Sonho Possível (2009)” e “Walt Disney nos Bastidores de Mary Poppins (2013)”, adapta o conto de Stephen sobre a amizade de Craig (Jaeden Martell de “It: A Coisa”) e um bilionário com a saúde debilitada, o senhor Harrigan do título. Ele é interpretado pelo veterano Donald Sutherland (o Presidente Snow da franquia “Jogos Vorazes”). Harrigan está com problemas de visão e precisa de auxílio para ler os livros que tanto gosta. Daí Craig é chamado para lê-los. Junto a isso, sua mãe veio a falecer.

Desde muito jovem (Colin O’Brien) é instruído a ir na casa dele, três vezes na semana. Os dois criam um forte vínculo de amizade, já adolescente Craig (Martell) presenteia sr. Harrigan, um celular. Com o dinheiro ganho por meio de uma raspadinha. Lhe ensina como manuseá-lo e se deixando a disposição para conversarem. Tudo segue a rotina com Craig voltando da escola até que seu pai (Joe Tippett) o avisa sobre o falecimento de seu velho amigo. Ele é informado pelos antigos sócios de Harrigan, que lhe deixou U$$ 800.000 dólares. Craig confessou ao velho amigo que desejava cursar a faculdade e se tornar escritor. Para agradecer, ele liga para o celular de Harrigan. No dia seguinte, recebe uma estranha mensagem. Seu pai diz que pode ser um bug do aparelho.

A dinâmica da dupla, mesmo que breve, dá o toque do filme. Sutherland está muito bem como a pessoa de idade avançada com saúde fragilizada, mas que surge imponente na sua cadeira. A voz suave com o tom autoritário contrasta ao aconselhar Craig, pois já vivenciou muita coisa e com certa amargura em suas palavras. Já Jaeden é o típico jovem que transita a adolescência para a vida adulta dos dias de hoje, que não consegue se desconectar do seu smatphone. Isso é exemplifica na sequencia que conversa com a menina que senta ao seu lado na sala de aula. Aparentemente sua “namorada”, os dois se relacionam pelo aplicativo. Mesmo que estejam próximos.

Vai com ela ao baile da escola. Craig é agredido pelo valentão Kenny (Cyrus Arnold). Este o acusa pela sua expulsão. Triste com o ocorrido, Craig liga para o celular de Harrigan. Falando sua frustação por não enfrentar o medo que sentiu. Mais tarde descobre que Kenny morreu ao cair da janela do próprio quarto. Preocupado, Craig troca de celular e guarda o antigo a sete chaves. Passado certo tempo, Craig está cursando a faculdade de jornalismo. Seu pai o avisa que sua professora do ensino médio, sra. Hart (Kirby Howell-Baptiste, a Morte na minissérie Netflix “The Sandman, 2022”), morreu atropelada por um motorista bêbado, Dean Whitemore. Inconformado, pega o antigo aparelho e liga para Harrigan, desejando a morte do agressor. 

Já que ele foi inocentado e enviado para uma clínica de reabilitação. No dia seguinte, Whitemore é encontro morto no chuveiro, aparentemente um suicídio. Ao investigar o fato, Craig suborna um funcionário da clínica para ler o laudo da autopsia. Descobre que a vítima bebeu shampoo e engoliu metade de um sabonete. Imagina uma conexão entre os crimes e suas ligações para o sr. Harrigan. Daí seu mote inicial, com Hancock adicionando o clima de suspense e terror ao currículo. Pega emprestado o tom sobrenatural característico das obras de King e ao mesmo tempo, a crítica social dos tempos atuais. Onde temos pessoas cada vez mais conectados virtualmente e deixando de lado, a convivência social. Isso foi agravado ainda mais com a pandemia da Covid 19. 


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