Depois de muitas idas e vindas, disse que me disse, o guitar hero tupiniquim Edgard Scandurra e o desbocado vocalista Nasi finalmente resolveram suas diferenças pessoais e profissionais. Com o retorno definitivo da banda que os tornou um dos ícones do rock paulista e brasileiro dos anos 80, o Ira!. Desde 2014, eles remontaram o grupo com Johnny Boy no contrabaixo e Evaristo de Pádua na bateria. Substituindo os integrantes da formação original, Ricardo Gaspa e André Jung respectivamente. Enquanto Nasi e Edgard se acertavam, o mesmo não ser dito no caso de Gaspa e André. As rugas do passado ainda pesam, fora o desacordo sobre direitos autorais.
Apesar de tudo, Edgard e Nasi seguiram em frente com shows, como a temática “IraI Folk”, e a gravação do primeiro disco depois de 13 anos, o homônimo “Ira! (2020)”. O ultimo foi “Invisível DJ” de 2007. Lançado em formato digital nas melhores plataformas streaming e em vinil. Temos dez canções inéditas, com o melhor que a dupla produziu desde os idos de 1981, quando formaram a banda. “O Amor Também Faz Errar” e “A Nossa Amizade” trazem de volta a sonoridade anos 80 que os marcaram. Em “Respostas”, o blues rock se faz presente.
“Mulheres A Frente da Tropa”, cantada por Edgard com a participação especial de Virginie Boutaud, vocalista da saudosa banda Metrô, e um coro formado por mulheres. Temos uma delicada balada acústica que reflete sobre o direito da mulher. Seja ela branca, negra, parda e indígena. O rock a la Ira! volta em “Você Me Toca”. “Efeito Dominó” conta mais uma vez com Virginie, agora divide o microfone com Nasi. Balada de amor rompido, com ela cantando em francês. Gravado diretamente de sua morada em Toulouse (França).
“Chuto Pedras e Assobio” e “Eu Desconfio de Mim” mantem o padrão Ira! de ser. Com “O Homem Cordial Morreu”, a veia politica vem à tona e a preocupação com o crescimento da extrema direta ao redor do globo terrestre. Em especial em nosso país tupiniquim. “A Torre” evidencia que Edgard é a força motriz (música e letra) do Ira! e Nasi é sua voz.
Mais recentemente para celebrar os 40 anos de carreira, lançaram “Ira: Demos 83-84 (2022)”. Em formato vinil, aqui temos as primeiras duas demos do grupo. Com parceria entre a Três Selos e a Nada Nada Discos. Antes de Gaspa e Jung, tivemos Dino Nascimento no contrabaixo e o titã Charles Gavin na batera. O destaque fica para o logo sem o ponto de exclamação característico e a canção “Homem Palestino” de Gavin. Mais tarde aproveitada em “Cabeça Dinossauro (1986)” dos Titãs, com a letra e o titulo atualizados para “Estado Violência”.
LADO A
SEM
NOME
MINHA
MENTE AINDA É A MESMA
CONSCIENCIA
LIMPA
LEI
COMUM
RECEITA PARA SE FAZER UM HERÓI
LADO B
UTI
NASCI
EM 62
HOMEM
PALESTINO
CORAÇÃO
SONHAR
O QUÊ?
A
FUMAÇA É MELHOR QUE O AR
O
DIA, A SEMANA, O MÊS
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