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O documentário "SUM OF THE PARTS" sobre o grupo GENESIS


O mundo da música foi surpreendido no inicio do mês de março deste ano, com a notícia do retorno de um dos maiores ícones do rock pr8ogressivo, o Genesis. Num anúncio em suas redes sociais Mike Rutherford (guitarra & contrabaixo), Tony Banks (teclados) e seu líder Phil Collins (vocais e bateria) para fazerem juntos, a turnê “The Last Domino?” com inicio marcado para 16 de novembro em Dublin (Irlanda). Como é sabido por todos, Phil está com a saúde bem debilitada. Com 69 anos tem diabetes, está surdo do ouvido esquerdo e devido a uma cirurgia mal sucedida quando lesionou a vertebra do pescoço na turnê com Genesis em 2007, tem dificuldade para andar e ficar muito tempo em pé.


E ainda perdeu a sensibilidade nas mãos. Phil chegou anunciar sua aposentadoria dos palcos em 2011. Não durou muito tempo, em 2016 já estava em cima do palco com a turnê mundial “Still Not Dead Yet”. Que incluiu passagem no Brasil em 2018. Para seu lugar nas baquetas, o filho Nicholas. Hoje com 18 anos.  Depois de 13 anos, Phil, Mike e Tony voltam a tocar juntos. Mas devido à pandemia, eles ainda não se pronunciaram sobre se manterão seus planos ou adiamento para 2021. Enquanto isso, vamos comentar o documentário “Sum of the Parts”. Lançado no final de 2014, contando com depoimentos de seus integrantes e dos ilustres Peter Gabriel e o guitar hero Steve Hackett, que fizeram parte do grupo na sua dita “formação clássica” entre os anos de 1971 e 1975. 


Vemos o inicio da formação do grupo em 1967 com Tony Banks e Peter Gabriel à frente, ao lado de Mike Rutherford e Anthony Philips, este o primeiro guitarrista da banda. Descrito por todos como o virtuose da turma. Seus conhecimentos musicais se destacavam. Todos eram alunos da escola Charterhouse em Surrey. Para juntos gravarem o primeiro disco do Genesis, “From Genesis To Revelation” em 1969 e o subsequente “Trepass” de 1970. Ambos mesclando a folk music e o rock progressivo que definiria o som do grupo, após a inesperada saída de Anthony. Sendo substituído por Hackett e a bateria sempre foi um assunto delicado para eles. Já que nunca conseguiam alguém para toca-la como queriam.


Surge Phil Collins. Musico profissional, se torna o “cara das baquetas”. Na audição, surpreende a todos com sua técnica apurada. E uma grande voz, acompanhando Gabriel nas harmonias vocais. Aqui temos o auge do Genesis. Gravando seus maiores álbuns “Nursery Cryme (1971)”, “Foxtrot (1972)” e “Selling England by the Pound (1973)”. A criatividade musical deles se equivale às ideias de Peter para suas performances no palco. Dai surgiram as extravagantes fantasias que o tornaram famoso. Aqui vemos um relato honesto e sincero quando todos envolvidos estão frente a frente num salão. Como foram as gravações e o método de composição para “Supper’s Ready” em seus 23 minutos de duração.


É visível que Tony sempre que tomou as rédeas do Genesis. Sendo o verdadeiro líder e tomando as decisões sobre o direcionamento musical a ser seguido. Apesar disso, todos dão sua opinião a respeito e exibindo sua personalidade forte. E ratificando a imagem que os fãs têm de cada um deles: Peter é o tímido; Phil é o humorista; Mike é o quieto e Steve é o rabugento silencioso. “Sum of the Parts” toca num assunto delicado. A súbita saída de Peter após o lançamento e a turnê do ambicioso “The Lamb Lies Down on Broadway” de 1975. Um disco conceitual sobre um imigrante porto-riquenho Rael em uma viagem de autoconhecimento pelas ruas de Nova York. A partir de uma ideia de Gabriel.


Vemos que o animo entre eles se acirram. Sorrisos amarelos e certo ar de desconforto, para evitarem que “lavem a roupa suja” diante das câmeras, já que isso faz parte do passado tortuoso deles. É visível que eles evitam se alongar sobre isso. Isso é seguido do desconforto inicial de Phil, ao sair de sua bateria para assumir os vocais a frente dos palcos. Mas isso se transformou no ponto de virada na carreira deles. Genesis se torna um sucesso mundial com “Trick and Tail” e “Wind and Wuthering” ambos de 1976 com o hits “Ripples” e “You Own Special Way” respectivamente. Essa foi a deixa para Hackett sair. 


Insatisfeito e desejando fazer o próprio som. Daí o documentário nos passa um retrato sobre a carreira solo de cada um deles. Tony satisfeito com seus discos individuais. Mike chegou a gravar álbuns, mas só conseguiu relativo sucesso quando formou o “Mike and the Mechanics”. Dando uma pincelada sobre a carreira de Peter pós Genesis. Onde saiu do rock progressivo e conseguiu se realizar artisticamente misturando vários gêneros musicais para criar seu próprio som. “Games Without Frontiers” e “Sledgehammer” são exemplos disso. O mais bem sucedido individualmente foi Phil. Assim temos uma historia interessante. 



Seu maior hit “In The Air Tonight”. Ele diz que havia tocado para Tony e queria que ela fosse gravada pelo grupo. Foi ignorado. Banks tem uma versão diferente. Que Phil nunca a tocou para ele e que na época, ficou bastante descontente com seu sucesso arrasador. Já que vi nela, potencial para ser uma canção do Genesis. Outra boa é a origem da risada maquiavélica de “Mama”. Ela foi inspirada pela canção “The Message” do grupo rap funk Grandmaster Flash and Furious Five.



A conquista deles é exemplificada desde “... And Then There Were Three ... (1978)” passando por “Abacab (1980)” até “We Can’t Dance (1991)” e o anuncio da saída de Phil em 1996. Focado na carreira solo. O hiato é quebrado em 2007 com a turnê comemorativa “Turn It On Again” pelos 40 anos do Genesis.  O momento em que Mike e Tony chamam o cantor Ray Wilson para substituir Phil e gravarem “Calling All Stations” em 1997 não é mencionado. Eles preferem relembrar como o publico fica mais avido em ouvir nos shows canções mais longas como “Home By The Sea” e da fase progressiva, “I Know What I Like”.

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