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Finalmente "A GUERRA" pelo "PLANETA DOS MACACOS"


Quando o assunto se trata sobre refilmagem ou mais popularmente conhecido nos dias de hoje, o reboot na sétima arte, ele é delicado. Na maioria das vezes, o fracasso é certo. Um bom exemplo foi à nova versão do clássico terror “Carrie: A Estranha (1976)” de Brian De Palma que ganhou uma cara nova em 2013, estrelada pela Hit Girl Chloe Grace Moretz. E outras que chamaram atenção como a controversa versão para “A Fantástica Fábrica de Chocolate” de 1971 com o grande Gene Wilder fazendo o excêntrico Willy Wonka e que teve uma nova roupagem em 2005 feita por Tim Burton com Johnny Depp.

Em 2011 foi anunciado que teríamos o reboot da franquia “Planeta dos Macacos”. Não necessariamente uma refilmagem, mas uma explicação sobre os eventos vistos nos míticos filmes dos anos 60 e 70 e na curta serie de TV de 1974. Já comentamos a respeito no link: http://cyroay72.blogspot.com.br/2014/07/planeta-dos-macacos-um-epico.html


Agora com a mais moderna tecnologia, os efeitos visuais e a maquiagem que já eram um destaque anteriormente. Agora ganham um grau de autenticidade, em especial na interpretação dos atores. Andy Serkis, o Gollum da saga do Anel, é César. Ele se destacou por ser o ator especialista na nova modalidade dos efeitos especiais, a captura de movimentos. Quando você vê o ator ou a atriz usando uma roupa colada ao corpo cheio de pontos brancos e uma mini-câmera acoplada em um capacete para que eles vejam como esta sua atuação.  Mais tarde, faria “King Kong (2005)”, ajudou Mark Ruffalo em “Vingadores: Era de Ultron (2015)” e se tornou o Supremo Líder Snoke em “Star Wars: O Despertar da Força (2015)”.

Comentamos sobre esta nova fase da franquia nos links:


A trilogia se encerra com “Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes, 2017)”. Com César e sua família símia em fuga. Sendo perseguida pelo o que restou do exército dos Estados Unidos, que é comandado por um misterioso militar, apenas chamado de “Coronel”. Este é interpretado por Woody Harrelson (o Haymitch da franquia Jogos Vorazes). Num ataque, na tensa e eloquente sequencia de abertura da película, a família de César é assassinada.  

Enxergando lá seu inimigo e autor do ato pela primeira vez. Despertando em César o sentimento de vingança. Ao mesmo tempo, é atormentado pelo o que houve com Koba (Toby Kebbell) em “O Confronto”. Decide ir sozinho até o Coronel para um acerto de contas. Ele pede a Maurice (Karin Konoval), Rocket (Terry Notary) e Luca (Michael Adamthwaite) que levem os outros macacos até o local onde seu filho morto encontrou para eles morarem, bem longe dos humanos. Seu filho mais novo, Cornelius, fica aos cuidados de Lake.


Maurice, Rocket e Lucas decidem contraria-lo e vão junto a ele. Em seu caminho, encontram uma menina órfã (Amiah Miller), que mora numa cabana abandonada. Percebem que ela é muda e que há de errado. Sendo adotada por Maurice. Ele lhe dá o nome de Nova. Mais a frente, em busca pelo acampamento do exercito do Coronel, esbarra no caminho deles, alguém que nem imaginariam encontrar. Um macaco como eles, que se denominou “Macaco Mau (Steve Zhan).


Ele mora em um hotel abandonado nas montanhas. Conversando com César, este descobre que Macaco Mau sabe onde está o Coronel. Lhe alerta que lá é um local com vários humanos ruins. Chegando lá, descobre que sua tribo foi capturada e fica preocupado se Cornelius está bem. Desesperado, é capturado e tem seu primeiro encontro com Coronel. Repara que está num bunker protegido por um muro construído por macacos escravizados. Ao conversar com Coronel, César entende o porquê os humanos estão perdendo a fala. 

A medicação que o tornou inteligente e praticamente acabou com a raça humana, evoluiu como vírus. Para aqueles que sobreviveram a ele, sagram pelo nariz e consequentemente, não falam mais. Assim temos o mote inicial de “Planeta dos Macacos: A Guerra”. Mais uma vez dirigido por Matt Reeves, que escreveu o roteiro ao lado de Mark Bomback. Eles nos levam a uma reflexão sobre a interferência do homem na natureza, bem como a discriminação entre as raças.


Lembrando o tom politico da cine-série dos anos 60 e 70. Naqueles tempos, a Guerra Fria entre EUA e a então União Soviética com a tensão politica crescente. Ao mesmo tempo, a sociedade norte-americana vivia com a explosão do preconceito racial contra os negros. Em “A Origem” somos introduzidos ao inicio do fim da humanidade, onde o remédio criado para a cura do Mal de Alzheimer é o seu calcanhar de Aquiles. Já em “O Confronto”, com a raça humana quase totalmente dizimada, Koba se rebela contra César, levando todo seu ódio contra o que restou dela e começando a guerra.


Agora em “A Guerra”, César vive o conflito interno de vingar sua família e se ele está correto em fazer isso para a sobrevivência dos macacos. Este dilema é muito bem interpretado por Serkis. Que mais uma vez, faz um trabalho espetacular. Ele é a força motriz da trilogia. Reeves e Bomback souberam utilizar as referências deixadas pelo clássico filme de 1968, “O Planeta dos Macacos”. Conectando esta trilogia perfeitamente a ele. Quem acompanha esta nova fase da franquia e a antológica cine-série vai perceber os “pequenos detalhes”.

Harrelson faz um grande vilão, trazendo na bagagem o atormentado Coronel Kurtz de “Apocalipse Now (1979)” de Francis Ford Coppola. A estreante Amiah exibe bem a delicadeza de seu personagem e a síntese do futuro da humanidade no planeta dos macacos. E Zhan atua bem como o alivio cômico entre os momentos tensos vividos por César e seus amigos.

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