Nos últimos
dias o mundo da música, sofreu duas baixas. Tanto lá fora quanto aqui. Na
virada de noite do dia 17 de maio para 18, o vocalista do Soundgarden Chris Cornell é encontrado morto em seu
quarto de hotel. Logo após um show na cidade de Detroit, tanto que no dia o
mesmo postou em sua conta no Twitter uma foto com a entrada da casa de espetáculos. E na sexta-feira (19
de maio de 2017), o jornalista e cantor Kid
Vinil faleceu por parada cardíaca. Ele estava hospitalizado desde 17 de
abril, devido a um mal estar súbito num show em Minas Gerais. Estava em coma
induzido e em observação. Comentamos a respeito no link: http://cyroay72.blogspot.com.br/2017/05/simplesmente-kid-vinil.html
Voltando
a Cornell, a polícia local está
investigando o caso. Soltando o seguinte relatório a respeito: “Foram
encontrados no quarto uma fita elástica usada para exercícios físicos e um
gancho para escalada. Confirmando a suspeita inicial de suicídio”. Mais tarde a
esposa de Chris, Vicky Cornell, comentou que falou com o
marido e percebeu que voz dele estava estranha e arrastada. Disse também que
havia tomado duas capsulas do medicamento chamado “Ativan”. Logo após, desligou
o telefone se dizendo cansado.
Vicky
completou falando que ele nunca demonstrou tendências suicidas. Que estava
feliz e planejando férias em família, pois Chris estava com muitas
saudades dos filhos Lillian Jean (do primeiro casamento), Toni e Christopher
Nicolas que teve com Vicky. Ela confirmou que tomava o remédio acima mencionado
para controlar a ansiedade. O advogado
da família também se pronunciou. Dizendo que o “Ativan” pode ser a verdadeira
causa do ocorrido com Chris. Se tomado fora da dosagem pedida pode causar
pensamentos suicidas e erros de julgamento. Após uma minuciosa autopsia que será
realizada, saberemos o que realmente aconteceu com ele. Comentou inclusive:
“Chris, um viciado em recuperação, tinha
receita para Ativan e pode ter tomado mais comprimidos do que a dose
recomendada. A família acredita que se Chris tirou a própria vida, não sabia o
que estava fazendo, e o remédio ou outras substâncias podem ter afetado suas
ações”.
A família
pediu aos fãs para respeitarem a privacidade deles e soltou a seguinte nota, com
Vicky sendo a porta voz:
“A corrente de amor e apoio dos seus fãs,
amigos e familiares significa muito mais para nós do que qualquer pessoa pode
saber. Obrigado por isso, e por entender como isso é difícil para nós”.
Discutindo
musicalmente sobre Chris, ele nos
deixou um legado musical muito rico. Quando surgiu ao lado do Soundgarden com a efervescente cena
musical da chuvosa Seattle nos anos 90. De onde tivemos o fenômeno Nirvana de
Kurt Cobain, o Pearl Jam de Eddie Vedder & Companhia e o Alice In Chains de
Jerry Cantrell & Layne Stayley.
Junto
aos membros do PJ Mike McCready (guitarra), Stone Gossard (guitarra) e Jeff Ament (contrabaixo) mais os
convidados Eddie Vedder e o
baterista do Soundgarden Matt Cameron para formarem o Temple of the Dog. Banda
tributo ao finado Andrew Wood, grande amigo de Chris e vocalista da banda que
gerou o PJ, o Mother Love Bone. Gravaram um álbum homônimo para homenageá-lo.
Com o
Soundgarden, apesar das comparações
na época com o Black Sabbath de Ozzy Osbourne & Tony Iommi, soube usar isso
a seu favor. Mesclando o peso nos riffs da guitarra de Kim Thayil e o ritmo da cozinha formada por Ben Shepperd (contrabaixo) e Matt
Cameron (bateria). Junto nos trouxeram canções como “Outshined”, “Rusty
Cage”, “The Day I Tried To Live” e “Black Hole Sun”. Vindas
dos seus discos mais admirados por fãs e critica, “Badmotorfinger (1991)” e “Superunknown
(1994)”. A banda encerrou as atividades em 1997.
Retornaram
em 2009 num anuncio no site oficial do grupo. E confirmado na conta do Twitter
de Chris. Fizeram uma turnê para
celebrar o fato e em 2012 lançaram o single “Live to Rise”. Canção tema do
primeiro filme do Universo Cinematográfico Marvel que reunia seus heróis “Os
Vingadores: The Avengers”. Mais tarde saiu o álbum “King Animal”. Durante
o interlúdio do Soundgarden, lançou
os discos solo “Euphoria Morning (1999)”, “Carry On (2007)”, “Scream (2009)”
que dividiu os fãs, “Songbook (2011)” e “Higher Truth (2015)”. Logo após a
separação, montou o grupo Audioslave
com ex-membros do Rage Against The Machine: o guitar hero Tom Morello, Tim Commerford (contrabaixo) e Brad Wilk (bateria).
Com eles
gravou os álbuns “Audioslave (2002)”, “Out of Exile (2005)” e “Revelations
(2006)”. Em 2005, entraram para a história por ser o primeiro grupo de rock a
tocar na terra de Fidel Castro, Cuba. No ano de 2007, Chris anunciou que estava deixando o Audioslave. Antes disso, gravou o tema musical para o primeiro filme
de Daniel Craig como 007 James Bond, “Casino Royale (2006)”. A canção ganhou o
nome “You Know My Name”.
Dividindo
o tempo entre o Soundgarden e a carreira
solo, Chris conseguiu dar um cara à
segunda. Os primeiros álbuns tinham uma sonoridade pop rock. Já em “Scream”,
Cornell causou certo pânico nos fãs, ao trabalhar com rapper Timbaland. Trazendo batidas
eletrônicas ao seu som característico. Já em “Songbook” e “Higher Truth”, um
som mais acústico com voz, violão e cordas. Que definiram seu momento sozinho.
Chris também se notabilizou trabalhando com
cinema. Não se limitando a 007, compôs para filmes como “Redenção (2011)” com a
canção “The Keeper”; “12 Anos de Escravidão (2013)” tivemos “Misery Chain”; “13
Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi (2016)”, “Til The Sun Comes Back Around”
e mais recentemente “The Promise” para a película de época “A Promessa (2017)”. Antes
disso compôs a balada “Seasons” para “Vida de Solteiro (1992)” de Cameron Crowe
e “Sunshower” para “Grandes Esperanças (1998)” de Alfonso Cuáron.
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