Adaptações
de livros de sucessos para a sétima arte já são complicadas. Ainda mais quando
adicionado teor religioso em suas linhas. Um bom exemplo, é o escritor Dan
Brown com seu best seller “O Código Da Vinci” em 2003, que ganhou sua versão
para o cinema em 2006. Questionando a divindade de Jesus Cristo. Agora chegou a
vez do autor William P. Young ter
seu trabalho mais conhecido levado para a tela grande do cinema. No caso, “A Cabana (The Shack, 2017)”.
Lançado originalmente em 2007, um sucesso no mercado literário com mais de 15 milhões de cópias vendidas ao redor do globo terrestre. Responsáveis pela adaptação os roteiristas John Fusco, Andrew Lanham & Destin Daniel Creston junto ao diretor Stuart Hazeldine, nos trazem o conto de Mack Philips (Sam Worthington, o Jake Sully de “Avatar”, 2009) vivendo feliz ao lado da esposa Nan (Radha Mitchell, “Terror em Silent Hill, 2006”), dos filhos Josh (Gage Munroe), Kate (Megan Charpentier) e a mais nova Missy (Amelie Eve).
Mack resolve levar a família para um passeio num camping. Em meio a isso, descobrimos que ele sofreu abuso quando criança do pai bêbado. E Nan, uma mulher religiosa que chama Deus carinhosamente de “Papa”. Já instalados, os mais velhos estão nadando na lagoa. Mack toma conta de Missy no acampamento. Se distraia, quando os mesmos estão em dificuldade. Quando volta, a filha desaparece.
A policia local é acionada. Nas buscas, são encontradas as roupas de Missy ensanguentadas, que levam em direção a uma cabana abandonada em meio à floresta. Para seu desespero, a tragédia se confirma. Missy foi assassinada. Atormentado pela dor da perda, Mack se afasta de todos e perdendo sua fé.
Passado certo tempo, ele recebe uma carta. Dizendo para ir à cabana, onde sua filha foi
encontrada. O melhor amigo Willie (o cantor country Tim McGraw) tenta dissuadi-lo da ideia, mesmo assim resolve ir. Chegando
lá, Mack tem uma surpresa. Encontrando três pessoas que podem mudar sua vida e
suas crenças religiosas. Este trio forma a “Santíssima Trindade”. Representada por
Deus ou “Papa” (Octavia Spencer,
Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “Histórias Cruzadas, 2011”), Jesus Cristo
(Aviv Alush) e o Espirito Santo,
aqui chamado de Sarauy (Samire Matsubara).
Assim temos a trama de “A Cabana”.
Uma adaptação
literal do livro, o filme levanta os questionamentos que nós temos quando
estamos enfraquecidos pela dor. Seja pela morte de entes queridos, como é seu
mote. Ou simplesmente estamos vivendo uma dificuldade, financeira por exemplo.
Worthington é o fio condutor. Onde sua fé é
colocada à prova. Sendo determinante se irá superar a dor e seguir em frente. Octavia é sua força motriz. Em uma
atuação sóbria e edificante. Dando alternativas ao personagem de Sam com o auxilio de Aviv e Samire. A brasileira Alice
Braga também faz sua parte representando a Sabedoria, quando questiona Mack
sobre os motivos de se culpar pelo ocorrido.
“A Cabana” esteticamente também chama
atenção. Bons efeitos visuais, em especial na sequencia quando Mack e Jesus
andam sobre a lagoa. O trabalho do diretor de fotografia Declan Quinn se destaca. Onde a floresta representa o “Paraíso”. O filme
tenta mostrar que a religião católica (ou cristã) pode nos auxiliar nos
momentos mais difíceis de nossas vidas. Ao mesmo tempo, o conflito ideológico com
outras como Islã, Evangélica e Budista, por exemplo.
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