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"MANCHESTER À BEIRA-MAR"


A vida de uma pessoa tem seus altos e baixos. Passamos por momentos que nos trazem muita alegria e felicidade. Bem como aqueles que nos entristecem. Ou em determinado momento, a vida nos dá uma virada de 360 graus. Seja boa ou ruim. Assim chegamos a “Manchester À Beira-Mar (Manchester By The Sea, 2016)”. Neste caso, é a segunda. Escrito e dirigida por Kenneth Lonergan. Este responsável pelos roteiros das comedias sobre a máfia italiana “Máfia no Divã (1999)” e “A Máfia Volta ao Divã (2002)”.

Agora Lonergan nos traz a história de Lee Chandler (Casey Affleck, “Horas Decisivas, 2016”), um faz tudo que trabalha como zelador em prédios da cidade de Boston (EUA). Apesar de eficiente, não trata bem seus moradores. Ao final do expediente, vai a um bar para tomar uma cerveja. Porem, sempre sai de lá expulso por brigar com algum desconhecido sem motivo aparente. 


Sua rotina é quebrada, quando recebe uma ligação avisando que seu irmão mais velho Joe (Kyle Chandler, da serie de TV “Friday Night Lights de 2006 a 2011”) faleceu. Fazendo com que ele retorne a sua cidade natal, a litorânea Manchester (sem qualquer tipo de relação com a britânica de mesmo nome, um dos berços musicais da terra da Rainha). Muito a contra gosto, vai até lá para resolver as questões sobre o enterro do irmão.

Lá reencontra o sobrinho Patrick (Lucas Hedges) e descobre que Joe, através do seu testamento, o deixou como tutor dele. Não muito confortável com a situação, Lee tenta lidar com a situação do melhor modo possível. Vai morar na casa do irmão e resolver assuntos pendentes deixados por ele. No caso, o barco pesqueiro em que Joe trabalhava. Que necessita de manutenção. Lee quer aluga-lo, mas Patrick é contra. 


Tentando se acostumar à rotina da cidade, Lee cuida de Patrick. O deixando na escola, descobre que ele tem duas namoradas. E tenta desesperadamente transar com as duas. Toca em uma banda e ainda é jogador de hóquei da escola. Ao mesmo tempo, tenta enfrentar seus medos com a volta ao que chamava de lar antigamente. Este é o mote inicial de “Manchester À Beira-Mar”.

Que se mostra mais complexa e intensa até seu ato final. Vemos porque Lee se sente tão incomodado por estar na cidade e a convivência com o sobrinho. Junto ao verdadeiro motivo de quer fugir de Manchester, o quanto antes. Affleck em ótimo momento numa atuação silenciosa. Falando somente o necessário, com gestos e expressões faciais que já dizem tudo. 


Lucas está muito bem no papel do filho que “demora para cair a ficha” sobre a morte do pai. Nos trazendo o cotidiano do adolescente norte-americano típico. Popular na escola, com meninas no encalço e craque do time. A dor da perda é bem vista, quando tentar fechar o congelador da geladeira. Pois não se conforma em ver seu pai dentro do congelador do hospital. Eles não podem enterra-lo no cemitério da cidade, devido ao inverno rigoroso.


Em uma atuação pontual, temos Michelle Williams (a Marilyn Monroe de “Sete Dias com Marilyn, 2011”) como a ex-mulher de Lee, Randi. Apesar de pouco tempo em cena, ela mostra a força da sua personagem em uma conversa definitiva com Lee. Justificando sua indicação ao Oscar deste ano na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante. Manchester À Beira-Mar” nos traz um retrato da dor, quando perdemos um ente querido. E que apesar dos pesares, precisamos aprender a superar esse dor. Seguindo em frente com nossas vidas, e principalmente a perdoar a nós mesmos se formos responsáveis por tais atos. 

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