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Os
irmãos Joel & Ethan Coen não
podem ser chamados de cineastas comuns. Isto é, aqueles que optam se especializar
em um gênero na sétima arte. Como vemos em diretores menores fazendo filmes
policiais, terror e suspense de gosto duvidoso. Sempre
variando de estilo, mas deixando sua marca com uma pitada de humor negro que
lhes é peculiar. Em filmes como o suspense policial com ares noir de “Gosto de
Sangue (1984)”, o drama “Fargo (1996)”, a comedia musical “E aí Meu Irmão, Cadê
Você (2000)” e o faroeste filosófico moderno de “Onde Os Francos Não Tem Vez
(2007)”.
Que na verdade, é disfarçada como critica ao modo operante dos executivos em Hollywood. E é o que vemos em “Ave César (Hail Caesar, 2016)”, o mais recente trabalho dos Coen. Eles nos levam a era de ouro em Hollywood, os anos 50. Aqui vemos o galão Baird Whitlock (o galã George Clooney, parceiro dos Coen) sendo sequestrado em meio à produção de seu mais novo filme que dá nome à película dos irmãos. Ele é levado por um grupo de comunistas soviéticos chamado “O Futuro”. Que na verdade, são roteiristas simpatizantes ao comunismo que desejam ser mais valorizados na indústria.
Enquanto
isso, o produtor do filme e dos estúdios Capitol Pictures Eddie Mannix (o
Thanos Josh Brolin). Conhecido pelo
seu jeito rude corre contra o tempo para encontrar Baird e colocar as filmagens
do longa dentro do cronograma. Descobre também
que a atriz e dançarina DeeAnna Moran (a Viúva Negra Scarlett Johansson) está gravida de um desconhecido e a auxilia
para esconder a história da imprensa. Se souberem, sua carreira está em
risco. E a estrela dos westerns Hobie
Doyle (Alden Ehrenreich, cotado para
ser o jovem Han Solo no vindouro Spin Off do mercenário da saga Star Wars), que
não sabe como atuar em filmes dramáticos, precisa de seus conselhos a respeito.
O
papel de Mannix dentro do estúdio é proteger seus artistas de si
mesmos. Isto é, a esconderem seus segredos mais ardilosos e manter o nome do
estúdio fora dos escândalos relacionados a eles. E junto isso, com seu jeito
implacável repreendê-los para que não aprontem novamente. Com situações que
beiram ao absurdo, Mannix tem a desenvoltura necessária para sair delas. Por
exemplo, o levam para uma saia justa quando discute com um grupo de religiosos
sobre a imagem de Jesus Cristo a se usada num filme, seria ou não ofensiva.
Os irmãos Coen mais uma vez descontroem e, ao mesmo tempo, homenageiam a mitologia de Hollywood. A persona de Mannix, inspirada em Howard Stricking. Ele era o responsável da Metro (MGM) de abafar os escândalos envolvendo o estúdio. Como seu alter ego, temos Josh Brolin que o encarna perfeitamente sendo um misto de herói e vilão. Como não seria diferente, a cenografia, o figurino e a fotografia se destacam na película dos Coen. Primorosa reconstituição daqueles anos esplendorosos em Hollywood, um trabalho conjunto de Nancy Haigh, Dawn Swinderski, Cara Brower e Jess Gonchor.
A figurinista Mary Zophres caprichou nas roupas
usadas por Mannix (cheio de estilo, lembrando os galãs de antigamente como
Humphrey Bogart). Bem como no vestuário feminino, simplesmente impecável. O
destaque fica para Scarlett,
encanando um misto de Debbie Reynolds com a musa das piscinas no cinema, Esther
Williams. E o colaborador dos Coen,
o diretor de fotografia Roger Deakins,
em mais um trabalho excepcional. Como
não seria diferente em uma grande produção cinematográfica daqueles tempos, o
novo filme dos irmãos Coen também
traz um elenco cheio de estrelas.
Além de Clooney,
Johansson e Brolin junto a eles, o novo M da franquia 007 Ralph Fiennes é o cineasta Laurence Laurentz, Tilda Swinton (a vilã da ficção apocalíptica “Expresso do Amanhã,
2013”) como as irmãs gêmeas e jornalistas rivais de fofocas hollywoodianas Thora
e Thessaly Thacker, mais os anjos da lei Jonah
Hill e Channing Tatum (no melhor
estilo Gene Kelly de ser) se fazem presentes. Mais
as participações especiais do highlander Christopher
Lambert e Michael Gambon (o
professsor Dumbledore da saga Harry Potter) como o narrador da história. A
esposa e fiel escudeira de Joel Frances
McDormand (Oscar de Melhor Atriz por “Fargo, 1996”) também deixa sua marca
no filme.
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