Voltando a falar sobre a sétima arte, temos como principal estreia do final de semana, o embate entre o Cavaleiro das Trevas e o Homem em Aço em “Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça (Batman V. Superman: Dawn of Justice, 2016)”. Uma produção que levou quase três anos para ser finalizado devido sua grandiosidade cinematográfica. Isso se deve ao seu diretor e roteirista Zack Snyder, que fez recentemente o reboot do Superman, “Homem de Aço (2013)”. Agora ele tem a tarefa de introduzir o universo da DC Comics para a tela grande do cinema. Isto é, o vindouro filme da “Liga da Justiça”. Mas isso será comentado no próximo post. Discutiremos uma das trilogias mais emblemáticas feitas para o cinema. A do Cavaleiro das Trevas Batman criado por Christopher Nolan.
Depois das tentativas de pouco sucesso para levar sua história ao cinema. Tendo à frente o cineasta dark Tim Burton com “Batman (1989)” e “Batman: O Retorno (1992)”. Passando a cadeira de diretor para Joel Schumacher que realizou os duvidosos “Batman Eternamente (1995)” e “Batman & Robin (1997)”. Sem esquecer, é claro, do antológico seriado televisivo “Batman (1966 a 1968)” com o mito Adam West. Nolan vindo de dois trabalhos que chamaram atenção da crítica e do grande público, o enigmático “Amnesia (2000)” e o excepcional thriller “Insônia (2002)”. Os executivos da Warner sentiram que podiam confiar nele para criar um universo cinematográfico para o Batman.
Que fosse satisfatório, tanto para eles como para os fãs. Ao contrário dos filmes anteriores, Nolan nos traz a origem do personagem criado nos quadrinhos por Bob Kane em 1939. Seu lado sombrio e como a morte dos pais quando criança o afetou profundamente. Procurando se tornar um símbolo para acabar com a criminalidade de Gotham City. Para isso, foge de lá e se infiltra no submundo do crime nos piores cantos do mundo. Para poder entender como funciona uma mente criminosa. Assim temos a deixa para o primeiro filme da saga “Batman Begins (2005)”. Usando como base a HQ criada por Frank Miller, “Batman Ano Um (1987)” e referencias como os clássicos “Batman: Cavaleiro das Trevas (1986)” também de Miller e “Batman: O Longo Dia das Bruxas (1996/97)” de Jeph Loeb & Tim Sale. Para personificar a dualidade do personagem foi chamado Christian Bale (Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “O Vencedor, 2010”).
Para ser Alfred, seu mordomo e protetor, temos o veterano Michael Caine (“Truque de Mestre, 2013”). Antes de se tornar comissário, Jim Gordon (Gary Oldman, o Sirius Black da saga bruxo Harry Potter) é o tenente da força policial da cidade. Em sua busca por conhecimento, é preso no Butão (Ásia). Lá encontra seu mentor, Ra’s Al Ghul (o cavaleiro jedi Liam Neeson). Líder da Liga das Sombras, uma entidade que visa acabar o crime em escala mundial. É treinado por ele para se tornar um assassino. Aprendendo como usar as sombras e as ilusões de ótica a seu favor (como um ilusionista). Mais tarde, Bruce descobre as verdadeiras intenções da Liga e de Ra’s. A destruição total de Gotham City. Ele se coloca em seu caminho. Mas antes precisa enfrentar os bandidos da sua cidade.
O mafioso Carmine Falcone (Tom Wilkinson) e o psicofarmacologista Jonathan Crane (Cillian Murphy, “No Coração do Mar, 2015”), que posteriormente se transformaria no vilão Espantalho. Para auxilia-lo na sua luta, temos Lucius Fox (Morgan Freeman, de “Lucy, 2015”). Responsável pela área tecnológica das empresas Wayne e apresenta a Bruce suas invenções. Como o Tumbler (o novo Batmóvel) e a vestimenta utilizada por ele como o Cavaleiro das Trevas, que é a prova de balas. A não ser por um tiro direto. E ainda seu amor de infância, Rachel Dawes (Katie Holmes, a ex-senhora Tom Cruise). Agora uma promotora de justiça. Em “Batman Begins” vemos a introdução de Bruce como o vigilante noturno. Como lutou para se tornar a lenda que viria a seguir. O empenho para montar seu arsenal pessoal e se questionando se irá ter êxito em sua jornada.
Já em “Batman: O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, 2008)”, o Homem-Morcego já faz parte do cotidiano da cidade. Acabando praticamente com o crime organizado. Os poucos que restam, agem na moita para não serem pegos por ele. Até que surge um novo vilão em Gotham. Que se apresenta como Coringa (Heath Ledger, o cowboy gay de “O Segredo de Broadback Mountain, 2005”). Ele se une ao que restou dos criminosos da cidade como o mafioso Maroni (Eric Roberts, sim o irmão da Julia Roberts), outros pequenos golpistas e traficantes. Neste episódio, Bruce consegue balancear bem a carreira do vigilante e a faceta de multimilionário playboy criada. Ao mesmo tempo, vê a ascensão política do promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart de “Invasão à Casa Branca, 2013”) e sua amada Rachel (Maggie Gyllenhaal de “Coração Louco, 2009”) ao lado dele.
Enxergando uma oportunidade de largar a máscara e a capa, para ter uma vida normal ao lado de Rachel. Enquanto isso, o Coringa inferniza a vida dos cidadãos de Gotham. Com golpes que vão desde a espetacular cena de abertura. Ou no atentado contra a vida do perfeito da cidade e na incrível sequência que ele persegue Harvey Dent pelas ruas de Gotham. Bem como seu estupendo ato final que determina o destino do Cavaleiro das Trevas. A inteligência do Coringa rivaliza com a agilidade e raciocínio rápido do Cavaleiro das Trevas. Os dois se equivalem e como ele bem disse: “Você me completa”.
Nolan usou como referência as HQ’s mencionadas anteriormente e mais a base da história da HQ “Batman: A Piada Mortal (1988)” de Alan Moore & Brian Bolland. Como água e azeite não se misturam, o Coringa é um agente do caos. Ele prefere causar a desordem e deixar todos ao seu redor, enlouquecidos. Tentando corrompe-los, mostrando que os habitantes de Gotham podem ser tão maus quanto ele. Já Batman, é o oposto. Quer tudo em ordem, deixando os cidadãos da sua amada cidade em segurança. E acreditando que a bondade nos corações deles é muito maior que o mal que girou em volta deles.
Agora é a vez da película que fecha a trilogia criada por Nolan, “eBatman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises, 2012)”. Falamos dela, quando estreou por aqui. Leia no link: http://cyroay72.blogspot.com.br/2012/07/batman-o-cavaleiro-das-trevas-ressurge.html. Analisando os três filmes, eles se complementam. Ao mesmo tempo, são independentes entre si. Nolan junto ao roteirista David S. Goyer e o irmão Jonathan, nos trazem as origens dos personagens e os desenvolvem como se estivéssemos lendo uma história em quadrinhos, tamanha fidelidade no script do que é visto na telona. Onde temos seu surgimento (“Batman Begins), a ascensão e a queda (“Batman: O Cavaleiro das Trevas”), bem como seu renascimento (Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”).
Junto ao ótimo elenco escolhido. Christian Bale é um dos poucos atores da nova geração que transmite em cena a dualidade que Batman necessita. Ele não é um herói (como bem diz a palavra), é uma pessoa que tem recursos que podem fazer a diferença. E que mantem sua integridade moral acima de tudo. Os veteranos Michael Caine, Morgan Freeman e Gary Oldman formam o trio que auxilia Bruce em sua empreitada. Joseph Gordon-Lewitt é um bom sucessor para Batman. Anne Hathaway simplesmente perfeita e sexy como Mulher Gato. Os vilões se destacam por si só. Cillian Murphy mostra a insanidade necessária para seu Espantalho. Tom Hardy, o físico e a atitude para ser Bane. A dama Marion Cotillard está bem como a herdeira de Ra’s Al Ghul.
Liam Neeson marcando sua presença. Mas
quem dá show mesmo é Heath Ledger
como Coringa. Sua interpretação exibe uma loucura controlada (se é que isso
existe?) para ser um personagem tão marcante como Cavaleiro das Trevas. Ela lhe
rendeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante daquele ano. Apesar dele, antes da
estreia do filme, ter se suicidado.
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