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"CREED: NASCIDO PARA LUTAR"

Desde que foi anunciada sua produção, “Creed: Nascido para Lutar (Creed, 2015)”, um ar de suspeita surgiu no ar. Escrito e dirigido por Ryan Coogler, o mesmo do excelente “Fruitvale Station: A Última Parada (2013)”. Teve a ideia de escrever a história sobre o filho de Apollo Creed, principal rival e mais tarde melhor amigo do Garanhão Italiano, Rocky Balboa. Quando se encontrou com Sylvester Stallone em um evento, os dois conversaram e de inicio, ele gostou da ideia. Mas estava relutante em voltar ao seu icônico papel. Já que se despediu dele em 2006 com “Rocky Balboa”. Convencido pela atual esposa, Sly aceitou o convite e o vemos nos dias de hoje, vivendo solitário e dirigindo seu restaurante, o Adrian’s.


Voltando a “Creed”, aqui temos Adonis “Donnie” Johnson Creed. Um rapaz que perdeu a mãe muito cedo. Quando criança passou de um lar adotivo para outro. Vive em uma instituição para órfãos e lá conhece a esposa de Apollo, Mary Anne (Phyllicia Rashad). Descobre que sua mãe teve um caso com Apollo e ela quer adotá-lo. Daí temos um salto no tempo, ele já adulto (Michael B. Jordan, o Tocha Humana do novo “Quarteto Fantástico, 2015”) se preparando para uma luta clandestina de boxe no México. Ganhando certa reputação no meio, decide largar o bom emprego que tem em uma financeira. Tenta treinar na mesma academia que formou o pai, a Delphi Boxing. Mas se recusam a fazê-lo, devido ao nome que Donnie carrega nas costas.


Ele resolve deixar tudo para trás e vai até a Filadélfia. Para encontrar Rocky e pedir para treina-lo. Aluga um apartamento e vai até a academia que Rocky treinava, o Mickey’s Gimm. Paga a inscrição e tenta pegar o jeito da coisa ao observar um dos principais lutadores de lá treinando. No caso, Leo “The Lion” Sporino (o lutador profissional Gabriel Rosado). Tem como treinador, o pai Pete (Richie Coster), e que toma conta da academia agora.

Mais tarde se dirige ao restaurante de Rocky, Adrian’s. Lá se conhecem e Rocky se recusa a treiná-lo porque não quer voltar ao mundo do boxe. Donnie não contente com a situação desconta toda sua raiva interior nos treinos e quem estiver na frente. É assim que conhece sua vizinha, Bianca (Tessa Thompson). Uma promissora cantora de R’n’B que sofre de perda progressiva da audição.


Aos poucos, ele vai conquistando Rocky. Que começa a ver em Donnie, uma oportunidade de se redimir com Apollo. Por se sentir responsável pela sua morte, devido à luta em “Rocky IV (1986)”. Em uma visita ao Mickey’s Gimm, ele diz a Donnie que irá ser seu treinador. Com uma condição: vendo que Donnie não está treinando direito e não lhe dando uma boa razão para isso. Não irá mais fazê-lo.

Como não tem nenhuma experiência, Donnie acata o que Rocky diz. E assim se inicia seu treinamento para ser tornar um campeão de boxe. Bem como as referências aos filmes da saga. Como por exemplo, para ganhar velocidade ao tentar pegar galinhas, visto em “Rocky II (1979)”. A corrida pelas ruas do bairro de Rocky, que se tornaram imagens antológicas no decorrer da série. Até as escadarias da prefeitura da cidade, onde ergueram a conhecida estatua em sua homenagem em “Rocky III (1982)”.


Passa-se o tempo, eles se aproximam. Donnie vê em Rocky o pai que nunca teve. Enquanto este tem com Donnie, uma afinidade que nunca houve com o filho. A película explica sua ausência. Por causa do nome, Robert se mudou para o Canadá e vive bem por lá. Enquanto Paulie (Burt Young) faleceu no período entre “Creed” e “Rocky Balboa”.

Rocky vê potencial em Donnie e chama uma equipe para ajudá-lo na tarefa. Do outro lado, Donnie e Bianca se apaixonam. Onde ele, ganha uma motivação extra para conquistar seus objetivos. Para testa-lo, Rocky marca uma luta contra “The Lion” Sporino. Como nos filmes da saga, Coogler faz uso de plano sequência (a câmera bem próxima dos lutadores) que dá uma noção mais real do embate. Donnie mostra que tem a garra e a força do pai.


Ganhando visibilidade no cenário do boxe, descobrem sua origem. Assim temos o treinador e promotor Tommy Holiday (Graham McTavish, o Dwalin da saga “O Hobbit”) do campeão “Pretty” Ricky Conlan (o inglês Tony Bennett, campeão mundial de boxe). Quer organizar uma luta entre eles, desde que Donnie use seu nome. Ele já não quer fazer isso. Até que em determinado momento, Rocky adoece. Descobre que tem uma doença terminal em estágio inicial, sendo assim tratável. O ponto de virada na película e o surgimento de mais uma frase de efeito na franquia: “Se você lutar, eu luto”.

Esta é a trama básica de “Creed”. Onde Ryan Coogler aproveita as boas ideias, em especial de “Rocky, Um Lutador (1976)”. E as referências mencionadas acima. Onde vemos Donnie em um lutador em formação, que ao contrário de Balboa, não teve origem na classe operaria. E sim, tem conflitos interiores como a perda do pai e peso que acarreta ao utilizar seu nome. Jordan faz um ótimo trabalho ao encarna-lo. Aqui repete a boa parceria com Coogler iniciada em “Fruitvale Station”.


Não foi desta vez que o bom & velho Sly se despede de Rocky. Mostrando com naturalidade e carisma que o peso da idade, não o abate. Utilizando isso a seu favor no auge dos seus 69 anos, trazendo na memória os melhores momentos do personagem aos fãs e o apresentando para uma nova geração. Ele recentemente ganhou o Globo de Ouro para Melhor Ator Coadjuvante e na noite do último domingo (17.01.2016) levou o Critic’s Choice Awards na mesma categoria. E foi nomeado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, com cerimonia marcado para 28 de fevereiro. Vamos ver se Sylvester Stallone leva mais um prêmio para casa.


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