Um
assunto pouco abordado pelos cineastas brasileiros foi à participação de nosso
país tupiniquim na Segunda Guerra Mundial. Apesar de pouco expressiva em termos
numéricos, sendo 25 mil soldados, a empreitada foi realizada pela FEB (Força
Expedicionária Brasileira), sob o comando do 5º Exercito norte americano em
dezembro de 1944. Onde nossos soldados de origem humilde na sua maioria, foram
enviados para a Itália,e vemos como estavam despreparados para a luta e ao
mesmo tempo, ao rigor do inverno na Europa. Aqui temos a história do pelotão
formado pelo Tenente Penha (Júlio Andrade, o Paulo Coelho do cinema), o
soldado e engenheiro Guima (Daniel Oliveira, o Cazuza da telona), o
soldado raso Piauí (Francisco Gaspar) e o sargento Laurindo (Thogun
Teixeira).
Eles estavam aguardando as forças aliadas para a tomada do Monte Castelo, um dos principais pontos estratégicos do exército Nazista no país da bota. Na ação, todos eles se separam do grupo principal ao sofrerem um ataque de pânico coletivo. Para não serem presos por deserção e abandono do posto, eles se juntam para descobrir aonde é a estrada que dá nome à película, por ser um importante elo de ligação entre as cidades italianas dominadas por Mussolini e Hitler. O que ajudaria o exército aliado a libertá-las. Detalhe: ela está repleta de minas terrestres no seu percurso. O diretor e roteirista Vicente Ferraz nos traz uma história fictícia com base em pesquisas de documentos e entrevistas com quem esteve presente neste evento determinante para humanidade.
Onde no front de guerra, temos os questionamentos pessoais de cada um deles sobre o porquê de estar lá e um ponto de vista de fora sobre aqueles que sofrerem diretamente com as consequências dos campos de batalhas. “A Estrada 47 (2013)” tem ao seu lado, o primor técnico. Destaque para o trabalho do diretor de fotografia Carlos Arango de Montis e à sonoplastia da película. Filmado no inverno italiano, para dar mais realismo em cena. Sem deixar de mencionar, o figurino e o armamento (pistolas, metralhadoras e tanques - no caso, o clássico M4 Sherman, por exemplo) utilizado pelo elenco.
“O Resgate do Soldado Ryan (1998)” é uma forte referência. Por
ser uma obra de ficção há certas liberdades poéticas como o jornalista que
acompanha o grupo, Rui (Ivo Canelas). Onde nenhum correspondente esteve
diretamente no front, o que não pegaria muito bem para a ditadura Vargas a
morte de um deles. E a tal estrada não existe nos registros da FEB. “A
Estrada 47” é um belo tributo para aos membros da FEB e a seus
soldados. Mostrando ao povo brasileiro que estivemos lá e ao lado dos aliados,
os ajudamos a encerrar este conflito. O filme conta com a participação especial
de Richard Sammel (“Bastardos Inglórios, 2009)” como um
oficial alemão que simpatiza com os brasileiros.
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