Pular para o conteúdo principal

AS SOMBRAS NOTURNAS DE BOB DYLAN

Álbuns com standards da música norte americana como “What A Wonderful World”, “Someone to Watch Over Me (George & Ira Gershwin)”, “Night & Day (Cole Porter) e as canções antológicas da dupla Rogers & Hammerstein de musicais como “South Pacific (1958)” e “A Noviça Rebelde (1965)”, não são exatamente uma novidade no mercado fonográfico nos dias de hoje. Recentemente, roqueiros de carteirinha como Rod “The Mod” Stewart se renderam ao gênero, com a série Great American Songbook (em cinco volumes). O beatle sir Paul McCartney também lançou o seu com “Kisses on the Bottom (2012)”. E o slowhand Eric Clapton gravou “Old Sock (2013)”, composto de canções que fizeram parte de sua formação musical.


Agora é a vez do poeta folk Bob Dylan fazer o mesmo. Depois de lançar os excelentes “Modern Times (2006)”, “Together Through Life (2009)” e “Tempest (2012)”. Sem deixar de mencionar a série "Bootleg" com material raro e inédito com os volumes 09 ("The Witmark Demos: 1962 – 1964"), 10 ("Another Self-Portrait: 1969 – 1971") e 11 ("The Basement Tapes Complete"). Falamos um pouco dela, leia a respeito no link: http://cyroay72.blogspot.com.br/2014/07/bob-dylan-serie-bootleg.htmlBem como o lançamento da edição especial “30th Anniversary Concert Celebration”, que na época celebrava os trinta anos de carreira de Dylan. Para saber mais, leia o link: http://cyroay72.blogspot.com.br/2014/07/bob-dylan-30th-anniversary-concert.html 

É aonde chegamos a “Shadows in the Night”, um tributo ao eterno Blue Eyes Frank Sinatra (1915 – 1998). Antes de responder as críticas de fãs de Sinatra, Dylan comentou a respeito na entrevista que deu para a revista AARP The Magazine, onde disse: “Quando você começa a cantar essas músicas, Frank tem que estar em sua mente. Porque ele é a montanha. E essa é a montanha que você tem que subir, mesmo que você só tenha uma parte do caminho”.


Dito isso, ouvimos um novo Dylan. Saindo a voz quase sussurrante para se tornar um crooner cool. Lembrando em determinados momentos o vocal meio alcoolizado de Tom Waits. Canções como “Stay With Me” e “Some Enchanted Evening” da dupla Rogers & Hammerstein ganha um ar mais de country music com guitarras ásperas, contrabaixo acústico, instrumentos de sopro, uma leve percussão e um pedal steel ocasional. E encerrando com “That Lucky Old Sun” em formato gospel.


Percebemos que o registro foi feito sem qualquer polimento digital e gravado ao vivo conforme a ordem disposta no CD. Dando a ideia que foi feito em um passado distante. Como se tivesse sido gravado antes mesmo do próprio homenageado, no período entre os anos 40 e 60. Ganhando assim uma sonoridade nua e crua. O interessante que as canções “Shadows in the Night” parecem ser parte do repertorio Dylanesco. Sai o tom orquestral que se aliava a voz cristalina de Sinatra para se transformarem em canções vindas dos porões da fazenda em Woodstock onde Dylan gravou “Basement Tapes” com a The Band.


TRACKLIST

1. "I'm a Fool to Want You" (Frank Sinatra, Jack Wolf, Joel Herron)

2. “The Night We Called It a Day" (Matt Dennis, Tom Adair)

3. "Stay with Me" (Jerome Moross, Carolyn Leigh)

4. "Autumn Leaves" (Joseph Kosma & Jacques Prévert (French); Johnny Mercer (English))

5. "Why Try to Change Me Now" (Cy Coleman, Joseph McCarthy)

6. "Some Enchanted Evening" (Oscar Hammerstein II, Richard Rodgers )

7. "Full Moon and Empty Arms" (Buddy Kaye, Ted Mossman, Sergei Rachmaninoff)

8. "Where Are You?" (Harold Adamson, Jimmy McHugh)

9. "What'll I Do" (Irving Berlin)

10. "That Lucky Old Sun" (Haven Gillespie, Beasley Smith)

PREÇO SUGERIDO: a partir de R$ 23,90

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Visita a "CASA WARNER"

Aberta desde 01 de setembro, a exposição que celebra os 100 anos dos estúdios Warner Bros. , chamada “ Casa Warner ”. Localizada no estacionamento do Shopping Eldorado (Zona Oeste) na cidade de São Paulo. Ela nos traz seus personagens clássicos dos desenhos animados Looney Tunes como Pernalonga, Patolino, Frajola e Piu-Piu. Em especial, “ Space Jam (1996)” e “ Space Jam : Um Novo Legado (2021)”, ambos com as estrelas do basquete Michael Jordan e LeBron James respectivamente. Além da dupla Tom & Jerry. Filmes que marcaram a história da Warner também estão lá. Como a reprodução do cenário do clássico " Casablanca (1942)" estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. Somado aos heróis do Universo Estendido DC que já estão na entrada da exposição. A  Liga da Justiça surge em tamanho natural como estatuas de cera. O Cavaleiro das Trevas está representado pelo seu Batmóvel do antológico seriado estrelado por Adam West e ao seu lado o furgão Máquina do Mistério da turma do ...

Zendaya & Os "RIVAIS"

Ao contrário do que se pode imaginar, o drama “ Rivais ( Challengers , 2024) ” não é um filme sobre tênis. Apesar do foi visto nos trailers e os vídeos promocionais, o filme discute a relação entre Tashi Duncan e os amigos de infância Art Donaldson e Patrick Zweig. Eles são interpretados pela musa Zendaya , Mike Faist (da refilmagem “ Amor Sublime Amor , 2021”) e Josh O’Connor (o Príncipe Charles da série Netflix “ The Crown ”, 2016 a 2023) respectivamente. Dirigido por Luca Guadagnino de “ Me Chame Pelo Meu Nome (2017)” a partir do roteiro escrito por Justin Kuritzkes . Zendaya é a jovem tenista com futuro promissor. Já os personagens de Mike e Josh almejam ser grandes tenistas.  A princípio, o conto se mostra simples, só que não é.  Tashi é uma mulher ambiciosa, que deseja aproveitar ao máximo seu talento para o esporte. Art e Patrick, tem interesses próprios. O primeiro quer conquistar todos os torneios que participar, já o segundo deseja fama e fortuna. Embora Patric...

O Provocativo "TITANE"

O cinema francês sempre surpreende, com obras que nos fazem refletir sobre a condição humana. Seja com François Truffault ou movimento Novelle Vague com Jean Luc Goddard, trouxeram um novo olhar sobre o que é ser uma pessoa na sociedade que vivemos. Estamos falando dos anos 60 e 70, onde tivemos uma revolução cinematográfica tanto no velho continente como nas Américas. Agora no século XXI, uma nova geração formada por Julia Ducournau com sua perspectiva sobre a humanidade em “ Titane (2021) ”. Ela se destacou no primeiro trabalho “ Grave ” em 2016, onde temos uma jovem estudante de medicina interessada em canibalismo.  Agora com “ Titane ”, Ducournau nos traz a pequena Alexia em viagem com pai e por distrai-lo, sofrem um acidente de carro.  Ela bateu a cabeça e precisou de uma cirurgia de emergência para colocar titânio para reconstruir seu crânio. Ganhando uma bela cicatriz acima da orelha. Após passar por uma longa recuperação, ao ver o carro que quase a matou, ela simples...