O que podemos dizer de
um encontro de duas pessoas em uma clinica de reabilitação para viciados, sendo
um deles soro positivo. Enquanto do outro lado, vemos um homem solitário que
vai ao enterro de seu melhor amigo de infância e acaba indo para uma viagem no
tempo pessoal e reflexiva sobre a própria vida.
No caso, estamos falando
dos filmes “Boa Sorte” e “Amigos” respectivamente. O primeiro é
estrelado pela musa Deborah Secco,
com direção de Carolina Jabor.
Enquanto o segundo tem Marcos Ricca
& Dira Paes como casal central
da trama escrita e dirigida por Lina
Chamie.
Em “Boa Sorte (2014)” vemos um rapaz de 17
anos, João (João Pedro Zappa),
internado pela família por causa do vicio em remédios. Em contraponto, temos
Judite (Secco), que está na clinica
por ser soro positiva, devido uma vida repleta de excessos (literalmente sexo e
drogas).
O roteiro escrito por Jorge & Pedro Furtado, com base no
conto “Frontal com Fanta” do próprio
Jorge. Mostra o encontro deles não
foi por acaso. Enquanto, João utiliza o remédio descrito no conto para usar
como uma proteção para a solidão que sente. Já Judite, contando os dias para
sua morte, aproveita seus últimos momentos em vida.
A película discute de
forma inteligente e sensível como a vida deve ser vivida. O sentimento de amor
entre eles, como a força motriz. Não se deixa abater e aproveitar cada momento
como se fosse o último. Onde João e Judite exibem seus estados de espirito e
sendo determinante para a vida do primeiro.
“Boa Sorte” conta com a participação mais que especial do ícone do
cinema tupiniquim Fernanda Montenegro
como a avó de Judite. Destacando a ótima atuação de Deborah Secco e tendo uma boa química com João Pedro. Onde este exibe com precisão as angústias vividas pelos
jovens de sua idade.
Já em “Os Amigos (2014)”, Marcos Ricca é Téo. Um homem solitário que recebe a noticia da
morte de seu amigo de infância, Juliano (Otávio
Martins). A quem não via há muito tempo. Ao acordar no dia do enterro, Téo
começa a recordar os tempos de amizade com Juliano. Quando os dois participaram
da peça escolar “A Odisséia”. Uma adaptação do conto grego de Homero.
A película balanceia as
memorias de Téo, ao mesmo tempo, o remorso por ter perdido o contato com
Juliano ao encontrar com a viúva (Sandra
Corveloni). Junto a isso, o sentimento de família ao lado da amiga e mãe
solteira Majú (Dira Paes). Onde rola
um clima entre os dois, só que sem qualquer tipo de relação amorosa. Só o
famoso sentimento de “amizade colorida”.
Segundo a diretora e
roteirista Lina Chamie, “Os Amigos” nos traz como reflexão como
somos puros quando na infância e como o passar do tempo, vamos deixando de lado
este estado de espirito. Bem como mudam as relações de amizade num piscar de
olhos. Antes os melhores amigos na escola e da rua. Hoje praticamente
desconhecidos, pela falta de contato.
Um drama sentimental na
sua essência. Com os atores em sincronia com sua trama. A ótima edição feita Karen Haley nos dá a sensação de estar
dentro da película. Isso se deve ao excelente roteiro e direção de Chamie. Alice Braga, Caio Blat, Fernando Alves Pinto e Rodrigo Lombardi completam o
excepcional elenco de “Os Amigos”.
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