Entrando
em cartaz nas salas de cinema da sua cidade, a cinebiografia do
soulman brasileiro Tim Maia, que leva simplesmente seu nome. “Tim
Maia (2014)” tem como base o livro escrito pelo crítico
musical Nelson Motta, “Vale Tudo: O Som & A Fúria de Tim
Maia”. Dirigido
por Mauro Lima de “Meu Nome Não é Johnny (2008)”, agora
ele nos traz a vida de altos e baixos de Sebastião Rodrigues Maia,
desde a infância onde entregava as marmitas feitas pela mãe e era
chamado Tião Marmita (apelido que odiava) até chegar a adolescência
quando comprou um disco de Buddy Holly. E percebendo que tinha
vocação para a música.
Fazendo amizade com os então desconhecidos Roberto (George
Saumas) & Erasmo Carlos (Tito Naville), onde curtiam a
boemia no bairro da Tijuca, onde nasceu e cresceu. Nesta primeira
fase, Tim é interpretado por Babuzinho Santana (quando
criança) e Robson Nunes na juventude. Aos
trancos e barrancos, Tim e seus amigos formam o grupo vocal The
Sputniks e participam do programa de TV de Carlos Imperial (Luis
Lobianco). Dai temos um racha na banda, Roberto percebendo uma
chance de se destacar no meio musical, procura Imperial e lhe dizendo
que faz um ótimo cover de Elvis Presley. Tim vê o encontro e parte
para cima de Roberto. The Sputniks está desfeito. Tim resolve viajar
para os Estados Unidos para melhorar de vida.
Como
não poderia ser diferente, Tim se envolve em roubos a carros e
casas. Sendo posteriormente preso e deportado de volta para o Brasil.
Tenta retomar o caminho da música, ao fazer de tudo para encontrar
Roberto, naqueles tempos o Rei da Jovem Guarda. Depois de muito
sufoco, consegue falar com ele. Lhe
propõe uma canção, mas Roberto diz que precisa de uma canção com
balanço e suingue. Tim na verdade quer lhe mostrar uma balada
romântica. A conversa rende e Tim concorda em fazer uma canção
mais dançante. Dai temos o sucesso “Não Vou Ficar”.
Assim
partimos para a segunda parte do filme com Tim já adulto, feito por
Babu Santana. Agora querendo se destacar como artista solo, não só
como o cara que fez a canção acima mencionada. Conhece o músico
Fabio (Cauã Reymond), que personifica vários outros músicos
que acompanharam Tim ao longo de sua carreira.
Ao
mesmo tempo que prepara seu primeiro álbum (1970), encontra Janaína,
interpretada por Aline Moraes. Que também representa as
mulheres que marcaram a vida do eterno síndico. Dai temos sua
ascensão musical, bem como, seu patrimônio financeiro. Onde
conseguiu construir sua casa no terreno errado.
Invés
de se chamar Soul Power, se diz representante do Mulato Power. Vemos
o abuso de drogas e sua viagem para Londres, em busca de novos
horizontes. O rompimento e a reconciliação com Janaína. Até
chegarmos a sua conversão para a doutrina Cultura Racional. Que
gerou dois excelentes discos, “Racional Volumes 01 & 02 (1975 &
1976)”.
Era
o fim da soul music e começo da evangelização de Tim, com
consequências graves em sua vida. O fim da parceria com Fábio e a
separação definitiva de Janaína. Se isolando completamente de
tudo e todos, onde o vício em álcool e drogas é elevado a porções
inimagináveis.
Até
o momento que Tim percebe que precisa virar o jogo novamente para
sair do fundo do poço. “Tim Maia” se mostra uma película
respeitoso ao legado deixado pelo biografado. Com as interpretações
na medida certa de Robson e Babu, onde cada um em seu
segmento mostram o temperamento difícil de Tim em seus acessos de
alegria e fúria. O
filme ainda conta com a participação especial de Mallu Magalhães
como Nara Leão.
Comentários
Postar um comentário