Como umas das principais estreias do final de semana, temos o mais novo filme de Ben Affleck como diretor, “Argo (Argo, 2012)”. Baseado em uma história real, que aconteceu no Irã, a Crise dos Reféns de 1979. Onde o governo americano se recusou a entregar o xá Reza Pahlevi, exilado no país, deposto pelo aiatolá Khomeine, onde o povo iraniano enfurecido invade a embaixada americana em Teerã. Os funcionários são feitos reféns, porém seis conseguem fugir de lá e encontram refúgio na casa do embaixador canadense da cidade. Então ele solicita para CIA a retirada imediata dos mesmos. Sem muitas alternativas, é aí que entra o agente Tony Mendez, personagem de Affleck.
Com uma idéia, no mínimo, absurda. Diz que a
CIA deve fingir que é uma produtora, vai fazer um filme canadense em Teerã e os
funcionários escondidos devem se tornar membros da equipe de
filmagem. Assim com o auxílio de um produtor, Lester Siegel (Alan Arkin,
Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “Pequena Miss Sunshine, 2006”), e
um maquiador, John Chambers (John Goodman, o Fred Flintstone da tela
grande). Eles criam a história que dá nome a este filme, uma superprodução
baseada em um roteiro de ficção científica. Em determinado momento, enquanto
estão planejando, Tony pergunta a John se isso vai dar certo. Ele apenas responde: “Isto
é Hollywood, você veio ao lugar certo”.
“Argo” pode ser definido como uma película dividida em três atos. O primeiro, crítica politica aos Estados Unidos e sua demora em resolver a situação; o segundo, o humor negro com a concepção de tal idéia e o terceiro, o thriller de suspense ao resgatar os americanos refugiados. Affleck surpreende mais uma vez, mostrando aptidão como diretor. Em seu terceiro filme, temos uma maturidade que ele não consegue expressar como ator. Estreou muito bem com o drama familiar, “O Medo da Verdade (2007)” e no segundo, “Atração Perigosa (2010)”, realizou um ótimo thriller de ação e suspense. E agora faz um excelente filme de espionagem com tons políticos, seguindo o exemplo de “Todos os Homens do Presidente (1976)” e “Os Três Dias do Condor (1975)”.
O mais legal em “Argo”, é como uma história fictícia pode realmente salvar vidas de tão improvável como se mostra. Estamos no final dos anos 70, o cinema da época totalmente influenciado pelo fenômeno Star Wars (1977) e Hollywood desesperadamente à procura de genéricos para ganhar dinheiro. Onde o personagem de Affleck vendo na televisão uma reprise de “A Batalha no Planeta dos Macacos (1973)” vê uma oportunidade para salvar os refugiados. Como também, Mendez não tem a mais moderna tecnologia ao seu lado como vemos nas películas do gênero atualmente, onde tudo se resolve com um telefone de discar à distância. O ponto cômico fica para os papéis de Goodman e Arkin, como ícones do cinema que servem para criticar os bastidores de Hollywood.
Onde eles precisam criar uma mentira para ter um filme de sucesso e estourar nas bilheterias americanas. Uma homenagem a John Chambers, que ganhou um Oscar de maquiagem pelo filme “O Planeta dos Macacos (1968)” e realizou vários trabalhos para a agência em missões secretos. Para aqueles que procuram uma boa opção de entretenimento que mistura ação, humor, drama, suspense e um roteiro muito bem montado, “Argo” vale o ingresso e desde já, um dos melhores filmes de 2012. DICA: Se você for fã da saga Star Wars, vá vê-lo imediatamente, pois há várias referências sobre o mesmo no decorrer do filme.
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