Em cartaz nas nossas salas de cinemas, temos o quarto capítulo da franquia de Jason Bourne, chamada “O Legado Bourne (The Bourne Legacy, 2012)”. Dirigido e escrito por Tony Gilroy de “Conduta de Risco (2007)” e “Duplicidade (2009)”. Gilroy, que adaptou a história das três primeiros filmes da série baseada nos romances de Robert Ludlum, cria agora juntamente com o irmão Dan Gilroy uma história inédita que não faz parte diretamente do universo literário criado por Ludlum. Para aqueles que não conhecem a história da série. Ela começa assim, Jason Bourne (Matt Damon) é um assassino treinado pela CIA (EUA) com a missão de matar qualquer um que ameace a integridade de seu país, através de um programa chamado Treadstone. Em uma das missões, ele sofre um acidente e perde a memória. Daí ele corre para conseguir saber quem realmente é e essa corrida pode ser vista nos filmes “A Identidade Bourne (2002)”, “A Supremacia Bourne (2004)” e “O Ultimato Bourne (2007)”.
Agora
a bola da vez, é Aaron Cross. Interpretado por Jeremy Renner, o
Gavião Arqueiro de “Os Vingadores (2012)”. Ele é um agente em
treinamento no meio do Alaska, utilizando técnicas de sobrevivência em um
ambiente selvagem habitado por lobos e outros animais. Ao mesmo tempo, se
medicando com dois comprimidos. Um verde, que aumenta a habilidade física,
diminui a dor e o tempo de recuperação. E outro azul, que aumenta a
inteligência, os sentidos e a capacidade cognitiva. Tirando amostras sanguíneas
de hora em hora a serem averiguadas pelo laboratório que fabrica tais pílulas.
Em sua caminhada, chega a uma cabana ocupada por outro agente em treinamento, feito por Oscar Isaac de “W./ E.: O Romance do Século (2011)”, que está lá para auxilia-lo com medicamentos, um local para descanso e assim continuar sua viagem. Em meio a isso, temos os desdobramentos vistos em “O Ultimato Bourne” onde o programa Treadstone fora exposto e os responsáveis por ele, acusados de crimes contra o estado americano. São eles: Noah Vosen (David Strathairn), Dr. Albert Hirsch (Albert Finney) e Ezra Kramer (Scott Glenn). Todos denunciados por Pamela Luddy (Joan Allen), investigadora da CIA.
Daí, conhecemos os personagens de Edward Norton (“O Incrível Hulk, 2008”) e Stacy Keach (da antiga série americana de TV anos 80, “Mike Hammer”) como Eric Byer e Mark Turso respectivamente. Eles são funcionários da mais alta inteligência do governo americano e responsáveis pela fabricação da medicação tomada por Cross e outros agentes infiltrados em governos de outros países que podem oferecer algum tipo de ameaça aos Estados Unidos. Preocupados com os eventos ocorridos veem seu programa conhecido como Outcome em perigo.
O que se percebe que o programa Treadstone era somente a ponta do iceberg, como se diz por aí. Com isso, cada um que tomam as pílulas é assassinado de modo que não se perceba isso. Até chegar a Cross, que sempre questionou a forma como era conduzida seu treinamento, e seu companheiro na cabana que são explodidos por um míssil teleguiado. Onde Cross consegue sair ileso, o mesmo não pode ser dito de seu amigo. Fazendo com ele vá atrás de quem ministra o remédio para ele. Indo até o laboratório, conhece a cientista e médica Marta Shearing (Rachel Weisz, Oscar de melhor atriz coadjuvante por “O Jardineiro Fiel” em 2005). E assim conseguir mais comprimidos.
Cross acredita que sofre de uma doença terminal e precisa do remédio para se curar. Em uma conversa com a médica, Aaron descobre que a medicação é para acentuar as habilidades físicas e intelectuais do indivíduo testado com o mesmo. Mas ele precisa tomar uma última dose do remédio para que tenha o efeito definitivo nas suas funções motoras e cognitivas. Para isso, Cross e Shearing vão para a fábrica do laboratório nas Filipinas. Assim, o filme ganha os contornos bem conhecidos da série. Com sequências de ação de tirar o fôlego onde Cross escala, pule e corre por telhados, bate e desarma seus inimigos como já foi visto anteriormente nas aventuras de Bourne.
Nesse quesito, Jeremy Renner se saiu muito bem. Faltando a ele, o carisma e empatia de Matt Damon. Comprovando que ele é um excelente coadjuvante em filmes como “Atração Perigosa (2010)” e em “Missão Impossível: Protocolo Fantasma (2011)”. Exceção feita a “Guerra ao Terror (2008)”, com o qual foi indicado ao Oscar de Melhor Ator daquele ano. Gilroy acerta na ação e se perde um pouco em mesclar o que aconteceu nos filmes anteriores com a trama de “O Legado Bourne”, uma crítica à indústria farmacêutica e a interferência política dos Estados Unidos em outros países. Em determinados momentos fica perdida assim como os personagens de Norton e Weisz, que acabam muito mal aproveitados na trama. O filme vale como uma boa película de ação, que para entendê-la melhor é preciso ver pelo menos o terceiro filme da franquia.
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